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O que é microgerenciamento? Trata-se de uma abordagem da velha escola de líderes em que gestão de pessoas se resume ao comando e controle.
Sim, é muito provável que você já tenha encontrado um “microgerenciador” — ou que você mesmo seja um. Esses profissionais gostam de acompanhar projetos e tarefas nos mínimos detalhes, o que muitas vezes esconde falta de confiança em colegas de trabalho e subordinados.
Apesar do fato de muitos profissionais de Recursos Humanos e lideranças desaprovarem o microgerenciamento, a prática ainda é muito presente nas organizações.
Continue lendo e saiba se realmente vale a pena permitir o controle excessivo no trabalho e investir numa liderança autocrática!
Veja também: Como identificar um líder: principais características e dicas para contratar
O microgerenciamento descreve um estilo de gerenciamento de pessoas que envolve supervisão excessiva e atenção demasiada aos pequenos detalhes.
Ao contrário da gestão ágil de pessoas, que é baseada na transparência, autonomia, colaboração e confiança, o microgerenciamento se baseia no controle top to down, tirando a liberdade criativa do colaborador e, em alguns casos, a sua identidade profissional.
O microgerenciamento geralmente complica e prolonga os processos, ao mesmo tempo que frustra profissionais por causa da fiscalização excessiva e da falta de confiança da liderança neles. Esses são os efeitos negativos que saltam aos olhos, mas existe muito mais.
Um estudo publicado no Journal of Experimental Psychology relata que os funcionários que sentem que estão sendo microgerenciados têm um desempenho muito inferior. Além disso, o levantamento destacou ainda os seguintes problemas relacionados a esse estilo de gestão:
Apesar de todos os pontos negativos expostos até então, acredite: há momentos em que o microgerenciamento vale a pena. Quando? Esse estilo de gestão é útil, por exemplo, quando as equipes ainda são pequenas ou muito novas. Por quê?
O microgerenciamento serve a um propósito definido em equipes menores e em situações específicas, já que:
Essas vantagens a tornam uma abordagem comum em ambientes voltados para vendas em que é necessário acompanhamento de métricas diárias, por exemplo, em call centers.
Outro ambiente em que esse tipo de gestão pode ser bem-vindo é com projetos altamente complexos ou personalizáveis. Isso mesmo, neste caso, a equipe precisará prestar atenção aos detalhes, de acordo com os pré-requisitos do projeto, que pode ser fornecida precisamente pelo microgerenciamento.
E há como perceber quando um ambiente de trabalho está sendo super controlado? Sim, alguns sinais são claros indicativos do microgerenciamento, são eles:
O microgerenciamento ocorre quando não há relação de confiança e apoio entre líderes e liderados. E por que isso acontece? Na maioria das vezes é porque os chefes são inseguros, têm medo de perder seus empregos e usam a gestão do medo como um piloto automático para se perpetuar na liderança.
Uma análise do Gallup mostrou que a maioria dos gerentes não tem talento para gerenciar pessoas, um dos principais motivos do microgerenciamento.
Isso mesmo, a liderança simplesmente não foi treinada nas melhores práticas de gestão de pessoas e no dia a dia o que acontece é um faz de contas. O chefe finge que sabe de tudo e os subordinados, por sua vez, simulam que compreenderam as coordenadas.
Como já visto no tópico anterior, muitas vezes, a principal causa do microgerenciamento é a falta de habilidades de liderança em lidar com sua equipe. Não há confiança entre as partes porque o contrato estabelecido previamente foi do controle e comando. No jargão popular, manda quem pode, obedece quem tem juízo.
Não obstante, a liderança tem medo de perder poder ou até mesmo o emprego, o que é um indutor de práticas de microgerenciamento no ambiente corporativo.
Vejo cinco hábitos comuns de um microgerente:
Veja também: Modelos de gestão: entenda o que é, conheça cada tipo e saiba qual escolher
Há várias táticas para evitar o microgerenciamento na empresa, tais como delegar mais as tarefas, cultivar a transparência e a colaboração no ambiente de trabalho. Veja mais algumas:
Líderes confiantes combatem o microgerenciamento de seus funcionários, buscando a opinião deles para tarefas do dia a dia:
Isso não apenas fornece ao líder informações vitais para sua gestão, mas também estabelece um vínculo de confiança entre as partes e concede certa autonomia ao colaborador. É uma situação em que todos saem ganhando.
Líderes inteligentes estão mais preocupados em conduzir a cultura da empresa do que administrar e controlar as pessoas. Isso mesmo, a partir do momento em que os valores, crenças e comportamentos são compartilhados entre liderança e liderados, o ambiente de trabalho fica mais leve e a condução dos trabalhos mais fluida e produtiva.
O microgerenciamento tem espaço quando a confiança está em falta. Portanto, não desconfie de seus colaboradores, ao contrário, dê um voto de confiança.
Se eles estiverem fazendo a tarefa não de acordo com o combinado, faça perguntas para obter compreensão em vez de criticar, ao mesmo tempo em que fornece feedback construtivo.
O perfeccionismo costuma ser uma das razões por trás do microgerenciamento. Se você deseja que sua equipe aprenda e cresça, deve permitir certa autonomia. Motive sua equipe a aprender com o fracasso e discuta abertamente as lições aprendidas.
Ao adotar uma atitude de fail-forward (falhas são aceitas), sua equipe alcançará o sucesso muito mais rapidamente. Seu trabalho é atuar como um treinador para desenvolver os outros.
Isso pode não ser fácil. Na verdade, para um gestor microgerenciador isso é impossível. Contudo, dar ao seu pessoal mais responsabilidade do que você se sente confortável leva a equipes criativas e coesas.
Estabelecer metas e objetivos e resultados-chave (OKRs) permite acompanhar o andamento das ações e seus resultados sem que seja necessário controlar minuciosamente os processos. Para isso, os objetivos devem ser relevantes, mensuráveis, realistas e com prazo definido.
Outra alternativa para o microgerenciamento é documentar os fluxos de trabalho. Com isso, o gestor não abre mão de saber o progresso da equipe, ao mesmo tempo que fomenta autonomia e a transparência, uma vez que o andamento dos processos fica à disposição de todos da equipe (e muitas vezes para os clientes também).
Isso pode parecer óbvio, mas você precisa contratar as pessoas certas. O microgerenciamento é mais comum em equipes com pessoas que não desempenham bem suas funções do que as formadas por profissionais com habilidades adequadas para o cargo.
Como observado pelo estudo do Gallup já citado aqui neste artigo, muitos gerentes sequer tem habilidade de gerir pessoas (82%). E isso é um problema que precisa ser observado já no R&S.
Como abordado ao longo deste artigo, é de extrema relevância o posicionamento da liderança em relação a sua equipe na prevenção do microgerenciamento.
Essa gestão de comando e controle é sufocada a partir do momento que as lideranças confiam em seus profissionais. Não há espaço para microgerenciamento se as pessoas líderes conhecem técnicas de gestão de pessoas e respeitam o espaço de seus liderados.
Portanto, a liderança é peça-chave para fomentar ou não a cultura do microgerenciamento no ambiente de trabalho.
Percebemos ao longo do artigo que o microgerenciamento é uma gestão, muitas vezes, usada por insegurança da liderança e que poda a autonomia das equipes e a criatividade da empresa.
Por consequência, ambientes de microgerenciamento raramente são propícios para o desenvolvimento de times de alta performance. No entanto, existem casos (embora raros) em que a gestão de comando e controle pode sim ser uma opção, desde que aplicada de forma moderada e equilibrada.
Gostou do conteúdo? Se você ficou interessado em saber mais sobre liderança, convidamos a ler um artigo sobre dinâmicas de liderança.
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