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A dinâmica de grupo têm o intuito de avaliar características do comportamento dos candidatos. Para que sejam efetivas e, de fato, consigam trazer resultados relevantes para os recrutadores, é necessário saber o motivo de sua utilização e como aplicá-las.
Caso tais questões não sejam bem avaliadas e pensadas de maneira estratégica, a dinâmica pode não sair como o esperado e não proporcionar benefícios ao processo seletivo.
Para entender as possibilidades de execução e o porquê da avaliação de traços de personalidade de candidatos por meio de dinâmica em grupo, continue lendo o artigo.
O que é dinâmica em grupo?
Largamente utilizada em diferentes fases de processos seletivos, a dinâmica de grupo é um dos componentes avaliativos que pode determinar quais candidatos têm as competências inter-relacionais – também conhecidas como soft skills – que mais condizem com a cultura da empresa.
Isto é, tendo em mente quais são os identidade organizacional, os recrutadores criam situações nas quais os candidatos podem deixar aflorar os próprios valores. Desse modo, será possível avaliar quem tem, potencialmente, fit com a empresa.
Para que seja efetiva, a dinâmica deve promover um ambiente mais relaxado para que os candidatos possam se sentir à vontade para trazerem os traços mais sobressalentes de suas personalidades para as atividades propostas.
Além disso, é muito importante que os recrutadores tenham claro qual é o objetivo da dinâmica para que os resultados coletados sejam aferidos com precisão e para que não se torne um processo sem sentido para os participantes.
Por que fazer dinâmica em grupo em processos seletivos?
Quando bem executada, a etapa de dinâmica de grupo durante o processo seletivo pode ser decisiva para a contratação.
A dinâmica de grupo ajuda o recrutador a entender a personalidade do candidato, avaliando sua capacidade de raciocínio lógico, trabalho sobre estresse ou pressão e inteligência emocional.
É comum que essa etapa seja realizada em momentos estratégicos, próximos ao final do processo seletivo e depois da triagem inicial de currículos.
Essa fase ajuda a selecionar os candidatos pela suas habilidades comportamentais, uma vez que, potencialmente, todos se adequam ao perfil técnico da vaga.
A fim de perceber quais são as características que diferenciam um candidato do outro e que fazem uns terem mais compatibilidade com os valores da organização que outros, cabe a aplicação da dinâmica de grupo.
Quais são os principais benefícios de aplicar dinâmica de grupo durante processos seletivos?
Se a atividade da dinâmica for bem estruturada, bem conduzida e tiver critérios de avaliação bem determinados, os profissionais de R&S logo perceberão quais são as soft skills mais presentes em cada candidato: empatia, espírito colaborativo, liderança, entre outros traços inter-relacionais.
Ter conhecimento de tais características pode contribuir para o desenvolvimento da empresa e também para a relação que o candidato terá com seus colegas no dia a dia. Isso influencia diretamente a capacidade de produção da equipe e, então, o faturamento da companhia.
Além disso, com as dinâmicas, os candidatos têm de se solidarizar em prol de um objetivo único a ser alcançado por todos, deixando de lado um possível clima tenso que a competição por uma vaga de emprego pode causar. Tendo uma atmosfera amena, os candidatos ficam mais tranquilos e mostram, realmente, o melhor que podem oferecer à companhia.
12 dinâmicas de grupo criativas para fazer em processos seletivos
Confira abaixo, alguns tipos de dinâmicas para servir de ideais para realizar um processo seletivo interessante, criativo e diversificado em sua empresa e, assim, potencializar as contratações.
1. Dinâmica do segredo
Dê um pedaço de papel para que cada participante escreva um segredo ou uma situação delicada que viveu – e que se sinta à vontade para compartilhar em anonimato. Depois, todos devem dobrá-los e colocá-los em uma caixa.
Cada candidato deve retirar um papel antes de iniciar a dinâmica, para ter certeza que não pegou o próprio segredo. Quando cada um tiver um segredo em mãos, deve fazer a leitura em voz alta e se colocar no lugar de quem o escreveu, dizendo quais seus sentimentos diante daquela situação e propondo uma solução.
Essa dinâmica deixará mostrará quais candidatos são mais empáticos e também aqueles que conseguem vislumbrar soluções diante de situações problemáticas.
A empresa ganha contratando pessoas que conseguem pensar nos outros – a probabilidade de desenvolver bons trabalhos em grupos é grande – e enxergar além do problema que está posto, uma vez que têm facilidade em pensar em alternativas para lidar com tais situações.
2. Dinâmica do desafio
A dinâmica tem como intuito notar quais profissionais são mais ansiosos quando um desafio lhes é apresentado e quais lidam com isso de maneira mais natural.
Embrulhe uma caixa de bombons de forma que os candidatos não consigam vê-la. Diga que a caixa contém um grande desafio que deve ser cumprido por um deles – o desafio, na verdade, é a premiação: a pessoa ganha a caixa de bombom e poderá desfrutar dela.
Coloque uma música e a deixe rolar, já tendo combinado com os candidatos que no momento que a música parar, quem estiver com a caixa deverá abri-la e cumprir o desafio.
Enquanto a música toca, perceba como cada participante reage: quem quer se livrar da caixa, quem está tranquilo, quem parece estar com medo. Isso já dará uma noção de como cada pessoa se porta em situações adversas.
Quando a música parar e o candidato descobrir que, na verdade, o desafio é também a recompensa, o recrutador pode puxar o gancho para dizer que a pessoa contratada encontrará muitos desafios no cargo, mas que poderá contar com seus colegas para vencê-lo e que a recompensa do trabalho bem executado vale a pena.
Por isso, devem encarar as adversidades como questões normais do dia a dia e tentar resolvê-las de forma calma, sem ansiedade ou afobação – afinal, ninguém quer que a caixa caia durante a dinâmica, por exemplo.
3. Dinâmica do 6-3-5 ou técnica de brainwriting
Nessa dinâmica, os recrutadores percebem não somente a criatividade dos participantes, mas também a capacidade de olhar com atenção para os colegas.
É preciso lançar uma questão para todos, uma situação a ser solucionada. Depois, divida grupos com seis integrantes cada e dê a cada um deles um pedaço de papel. Cada participante terá de escrever três ideias no tempo de cinco minutos para a situação colocada.
A cada cinco minutos, os papéis devem ser passados para o colega ao lado, que lerá as ideias e poderá se basear nelas para trazer outra solução.
Dessa forma, um círculo de novas formas de lidar com um desafio será formado e um laço de cumplicidade também. Afinal, todas as ideias serão responsabilidade de todos os participantes, uma vez que todos tiveram a oportunidade de olhá-las e fazer intervenções.
4. Dinâmica da verdade ou da mentira
Essa dinâmica de grupo é muito simples e pode trazer aos participantes o entendimento que o pré-julgamento de pessoas ou de uma situação, sem conhecer o todo, pode ser prejudicial para tomadas de decisões – inclusive na vida profissional.
Para fazer essa atividade, é necessário que cada participante escreva duas verdades e uma mentira sobre si em um papel. Ele deverá ler as afirmações em voz alta para que os demais candidatos tentem descobrir o que é verdade e o que é falso.
Assim, o recrutador perceberá quem tem o hábito de julgar mais rapidamente, quem toma alguns instantes para pensar e ponderar as três afirmações antes de dizer qual é a falsa e quem prefere não se posicionar e não se comprometer.
5. Dinâmica de características e manias
Visando conhecer um pouco mais dos participantes e promover maior integração entre eles, a dinâmica é bem simples e até se assemelha à anterior.
Cada um deve escrever duas características e duas manias que tem, sem colocar o nome. Depois de dobrar os papéis e colocá-los em uma caixa, deve-se fazer o sorteio, garantindo que ninguém pegue o papel que escreveu.
Um por vez, cada participante lerá as características e as manias em voz alta e todos deverão tentar adivinhar quem é o dono do papel. Depois da descoberta feita, a pessoa pode explicar o porquê de suas características e manias.
Com esse cenário, o recrutador consegue vislumbrar quais candidatos têm características que se aproximam da cultura organizacional da empresa, podendo potencializar tais traços, desenvolvê-los e, então, contribuir com o crescimento da companhia.
6. Dinâmica dos cubos solidários
O intuito da dinâmica é trazer à tona o senso de trabalho em equipe otimizado pelas características individuais dos participantes.
Dentro do período de uma hora, cada grupo deverá apresentar quinze cubos criados do zero com materiais fornecidos, como cartolinas, tesouras, cola e régua.
Para que a tarefa seja executada, os grupos terão de designar atividades específicas para cada participante, a depender de suas características fortes – que deverão ser trazidas por cada um, para que consigam se organizar da melhor maneira possível.
Com isso, cada grupo terá de conversar, se conhecer, se organizar e executar a tarefa. O processo exigirá tanto o trabalho em equipe quanto a capacidade individual – assim como nas tarefas rotineiras que todo colaborador exerce dentro de sua equipe.
7. Dinâmica da observação
Nessa dinâmica de grupo, os participantes devem ser divididos em duplas e se observarem por alguns minutos. Depois, um fica de costas para o outro e cada um deve mudar três coisas em sua aparência – lado do cabelo, colocar ou tirar brincos, pulseiras, óculos, entre outras possibilidades.
Após as mudanças, cada um deve apontar o que o outro mudou em sua aparência, trazendo sua capacidade de observação.
Essa característica pode ser benéfica para o time de recrutamento e seleção que busca alguém atento às tarefas e às pessoas, podendo notar habilidades ainda não desenvolvidas ou até mesmo se algum colega precisa de auxílio em determinada tarefa.
8. Dinâmica das perguntas
Os candidatos devem formar um círculo. Duas bolas, cada uma de uma cor, devem estar em pontos diferentes da roda – uma bola será designada para quem faz uma pergunta e a outra para quem a responde.
Coloque uma música e peça que os participantes passem a bola para quem está ao seu lado até que a música pare. Nesse momento, uma pessoa estará com o poder da pergunta e o outro com o da resposta.
Note quais perguntas são elaboradas, quais participantes realmente estão engajados, a criatividade das questões, o interesse em conhecer melhor quem está presente no processo. Com tais informações, você conseguirá traçar alguns perfis e saber um pouco mais sobre todos os presentes.
9. Dinâmica dos balões
O resultado esperado dessa dinâmica é a análise de perfis mais estratégicos, competitivos de maneira saudável e observadores.
Divida os candidatos em dois grupos. Os participantes de cada grupo devem receber bexigas com cores diferentes – um grupo com bexigas verdes e o outro com laranjas, por exemplo.
Cada pessoa deve encher a bexiga e amarrá-la em sua cintura. O objetivo é estourar todas as bexigas do grupo adversário, fazendo com que a sua bexiga fique intacta para que você possa seguir no jogo.
Isso exige trabalho e grupo, estratégia, atenção e uma dose de competitividade. Candidatos com esse perfil podem agregar para o desenvolvimento e crescimento da empresa com seu pensamento estratégico e posicionamento observador.
10. Dinâmica do tesouro da ilha
Para estimular o trabalho em grupo e a parceria, é necessário dividir os candidatos em duplas e colocar cada um deles em cima de uma folha de jornal em um canto da sala. No outro canto, coloque uma caixa de bombom em cima de outra folha de jornal, que será o tesouro da ilha.
O objetivo é atravessar a sala e chegar no tesouro sem rasgar o jornal e sem pisar no chão. Para tal, pode ser efetivo que as duplas trabalhem, inclusive, em conjunto umas com as outras.
Para essa atividade, é preciso calma e pensamento coletivo – a pressa não tem vez, se não o jornal rasgará por ser um material delicado. A mesma lógica acontece quando os colaboradores da empresa se deparam com uma situação que exige cautela: é necessário unir-se com outras pessoas e pensar soluções viáveis para o problema.
11. Dinâmica dos anúncios classificados
Cada candidato deve escrever em uma folha um anúncio sobre si mesmo, contando mais sobre suas qualidades e pontos fortes. Depois, todos devem formar um círculo e espalhar os papéis no meio dele.
O recrutador deve estabelecer uma ordem para que todos adivinhem a quem cada anúncio pertence.
Essa atividade é muito rica para o candidato saber se valorizar, mostrar suas qualidades e se colocar como profissional capacitado para exercer as atividades da posição a qual está concorrendo.
12. Dinâmica das semelhanças
O recrutador deve dividir os candidatos em pequenos grupos e pedir que conversem entre si, a fim de achar uma ou duas similaridades em suas experiências profissionais.
Essa atividade, além de já fazer um levantamento prévio sobre experiências que o colaborador teve e que podem contribuir para sua atuação na empresa, também promoverá integração entre os candidatos e, então, empatia, escuta genuína, interesse no outro e boa comunicação – todos requisitos interessantes para a empresa.
As dinâmicas de grupo durante processos seletivos são uma excelente forma de conhecer mais a fundo os candidatos e traçar o seu perfil comportamental. Com certeza, após essa etapa, seu setor de RH terá informações valiosas para analisar.
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