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Por que sua empresa deve ter iniciativas de contratação de PcD?

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    Vagas For Business

  • 17 de fev as 10:00
  • 7 min de leitura
Homem cadeirante trabalhando no escritório e fazendo anotações em um bloco

A contratação de PcD (pessoas com deficiência) deve ser feita de forma neutra e imparcial, tendo como base as qualificações de cada candidato. Durante o processo, porém, a empresa deve garantir a segurança e a acessibilidade de todos os participantes.

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A contratação de PcD, ou seja, pessoas com deficiência, é uma obrigatoriedade para as empresas que se encaixam nos critérios da Lei de Cotas para Deficientes (8.213/91), ou seja, aquelas que têm mais de 100 funcionários.

Mas, a oportunidade de integrar ao quadro de funcionários profissionais com capacidade de contribuir com os resultados e com a diversidade de experiências vai além dessa exigência legal – e, por essa razão, é fundamental estabelecer uma postura ética no recrutamento e seleção do PcD.

Estar por dentro da lista de tipos de deficiência, consolidar parâmetros para os processos seletivos e criar ambientes de convivência de respeito mútuo em todos os setores da empresa são alguns dos pontos que fazem uma empresa ser, de fato, um exemplo de atuação na inclusão social de PcD. Entenda cada detalhe de quem pode ser contratado como PcD e o que dizem as leis brasileiras sobre os direitos do trabalho.

O que é PCD?

De acordo com o Estatuto da Pessoa com Deficiência, de 2015, PcD são as pessoas que têm “impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, que pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas”.

A sigla se tornou mais comum a partir do final dos anos 1990, substituindo o termo “portador de deficiência”, que caiu em desuso com a explicação de que as pessoas que têm deficiência não podem deixar de tê-las, como a palavra “portador” pode fazer entender.

Quem se enquadra como PcD?

Os tipos de deficiência são:

  • Físicas (entre elas, alterações articulares, nanismo, amputações e paralisia cerebral);
  • Auditiva;
  • Visual;
  • Mental/psicossocial (entre elas, transtorno do espectro autista e síndromes epilépticas);
  • Intelectual (entre elas, Síndrome de Down);
  • Múltipla (associação de duas ou mais deficiências).

Na Lei das Cotas, ainda estão incluídos os beneficiários reabilitados pela Previdência Social, isto é, os que passaram por processos de reintegração ao mercado de trabalho.

Como ocorre a comprovação de deficiência?

Durante o processo, é preciso que o candidato apresente laudo médico ou certificado de Reabilitação Profissional emitido pelo INSS para comprovar sua condição como PcD. Há uma série de especificidades que devem ser comprovadas por meio dos laudos, dependendo do tipo de deficiência, e descritas pelo especialista que o emitir.

O que diz a CLT sobre PcD?

Na verdade, as regras sobre contratação de PcD não estão majoritariamente na CLT, mas na chamada “Lei de Cotas”, de 1991, faz parte da lei federal 8.213, que diz respeito aos planos de benefícios da Previdência Social. O texto é bem claro ao determinar a obrigatoriedade de empresas que têm acima de 100 funcionários formarem seu quadro de funcionários com pessoas que têm deficiência, na seguinte proporção:

  • Até 200 funcionários: 2% dos cargos
  • 201 a 500 funcionários: 3% dos cargos
  • 501 a 1.000: 4% dos cargos
  • 1.001 em diante: 5% dos cargos

As regras para contratação de PcD de acordo com o Estatuto da Pessoa com Deficiência dita uma série de disposições legais sobre a pessoa com deficiência e o trabalho.

Entre elas, a de que a PcD deve ser empregada em ambiente acessível e inclusivo e com igual remuneração por trabalho de igual valor, além de ter direito a cursos, promoções, planos de carreira e bonificações do mesmo jeito que os demais colaboradores.

Regras para contratação de PcD

Do momento no qual um candidato passa pelo recrutamento até o dia a dia no trabalho após a contratação, os profissionais de RH, líderes e todos os funcionários devem estar a par de que a PcD tem direito à igualdade de oportunidades, e que não há espaço para discriminação no ambiente corporativo.

Segundo a legislação, dispensar o funcionário PcD ou o beneficiário reabilitado da Previdência Social ao final de contrato por prazo determinado de mais noventa dias ou mandá-lo embora em contrato por prazo indeterminado só pode acontecer quando outro trabalhador com deficiência ou beneficiário reabilitado da Previdência Social for contratado pela organização.

Por conta da pandemia de coronavírus, em julho de 2020, uma nova lei resguardava os direitos da PcD no trabalho: o texto que institui o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda previa que o empregado PcD não poderia ser demitido sem justa causa no período de calamidade pública. A determinação, no entanto, está atrelada a um decreto que tinha efeitos até 31 de dezembro de 2020. Por essa razão, caso a organização tenha um funcionário nessa situação, cabe consulta ao corpo jurídico para mais orientações.

O que mudou com a reforma trabalhista?

Não houve mudanças nos direitos das pessoas com deficiência por conta da reforma trabalhista de 2017. Funcionários com deficiência continuam tendo direito a jornada de trabalho especial, com remuneração compatível e igualdade salarial. A proporção da Lei de Cotas também não foi alterada.

Não consigo cumprir a cota mínima de PCDs. E agora?

Quando a empresa não cumpre a cota prevista em lei para disponibilizar vagas de emprego PcDs, ela é sujeita a pagamento de multa e de indenização por danos morais coletivos. A multa, com valores atualizados em 2020, varia de R$ 2.519,31 a R$ 251.929,36. A fiscalização compete aos auditores fiscais de trabalho.

Como funciona a contratação de PcD?

A qualificação do profissional com deficiência deve ser o foco principal durante o recrutamento e seleção de PcD, considerando a segurança da pessoa com deficiência. As oportunidades das vagas exclusivas para PcD devem ser designadas para todos e de forma neutra, observando as competências e habilidades de cada candidato na seleção.

Segundo pesquisa da Associação Brasileira de Recursos Humanos (Abrh), de 2018, 68% dos profissionais de RH consultados disseram que poderiam estar mais preparados para fazer recrutamento e seleção de pessoas com deficiência.

Identifique dificuldades

Para ter processos mais eficientes, identifique primeiro suas dificuldades. A empresa tem uma política de inclusão e diversidade estruturada e justa? Há apoio das lideranças para essas contratações? As vagas PcD são atrativas? Responder a essas perguntas pode ser o início de mudanças no RH que garantam recrutamentos mais equilibrados.

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Não se esqueça da acessibilidade

Entender que acessibilidade é o ponto-chave no processo de contratação de PcD é fundamental para que o colaborador e a vaga exclusiva para PcD deem ‘match’. No VAGAS, por exemplo, há a intérprete virtual em libras, Maya, que auxilia candidatos com deficiência auditiva.

Ao abrir a vaga para PcD nas empresas, tenha em mente que o processo não é só para cumprir a lei. O anúncio de vaga para Pcd deve ser inclusivo e a experiência profissional do PcD precisa ser levada em conta com respeito. Ele não deve ser colocado em um lugar de “se adaptar à função”, o que tem cunho discriminatório.

Como a inclusão de PcD no mercado de trabalho ainda tem obstáculos, inclusive por preconceitos que criamos até por viés inconsciente, é possível que o candidato não tenha experiência anterior. A organização pode, dessa forma, sugerir capacitações posteriores para que a qualificação requerida para a vaga de PcD seja contemplada.

Seja justo e inclusivo

Na entrevista, esteja atento à qualificação profissional dos candidatos e quais são as adequações necessárias para que ele exerça o trabalho de forma a corresponder à demanda e com base em suas capacidades.

Como a inclusão de PcD no mercado de trabalho ainda tem obstáculos, inclusive por preconceitos que criamos até por viés inconsciente, é possível que o candidato não tenha experiência anterior. A organização pode, dessa forma, sugerir capacitações posteriores para que a qualificação requerida para a vaga seja contemplada.

Priorize o diálogo

O profissional de RH deve estar à vontade e ter profissionalismo para conversar com o candidato sobre as especificidades da deficiência que ele tem. Mais um detalhe importante: seja presencial ou virtual, procure fazer com que a entrevista seja acessível ao candidato.

Onde encontrar vagas de PCDs para contratação?

VAGAS for business é a plataforma para que as empresas anunciem as vagas para PcD e tenham acesso a currículos qualificados. A procura também acontece pelas redes sociais, como o LinkedIn, por indicações, ONGs e empresas do terceiro setor e por meio de banco de currículos cadastrado no site das empresas. Manter os canais próprios abertos e conexões com essas fontes pode facilitar a contratação de PcDs.

Os postos do Sistema Nacional de Empregos (SINE) também têm cadastro de candidatos com deficiência. Já os reabilitados podem ser encontrados nos Centros e Unidades Técnicas de Reabilitação Profissional do INSS.

Vale a pena contratar uma consultoria para contratação de PCD?

Além de criar um programa específico para estabelecer metas de contratação, empresas especializadas em contratação de PcD podem avaliar a disponibilidade de verba para consultorias específicas para o recrutamento de PcDs. Com esse apoio especializado, os profissionais se sentem mais à vontade para cumprir as etapas do processo. Escolas e entidades de pessoas com deficiência também são pontes que conectam os profissionais às empresas, promovendo parcerias benéficas na contratação.

Cuidados a serem tomados no recrutamento de PcD

A discriminação e mesmo o desconhecimento do valor da diversidade pode fazer com que pessoas com deficiência tenham menos acessos à escolaridade e a experiências profissionais. Por isso, um dos cuidados ao se contratar PcD é compreender que o funcionário pode necessitar de adequações na rotina de trabalho ou mesmo capacitação.

Além desses pontos, entenda que:

1- Dependendo da função e das limitações impostas pela deficiência, o colaborador pode não conseguir desenvolver todas as tarefas atribuídas ao cargo. Mas pode abraçar boa parte delas. Converse com o empregado para estabelecer um equilíbrio.

2- Contratar pessoas com base na severidade da deficiência ou associar um tipo de deficiência a uma atividade possível são atitudes discriminatórias; esteja aberto para contratar o funcionário mais competente para a função.

Como garantir a inclusão do colaborador de PCDs?

A adaptação à função e a convivência com líderes e outros funcionários devem ser acompanhadas de perto pelo empregador. Profissionais de RH devem ficar responsáveis por:

Promover treinamentos e sensibilização na empresa

A inclusão é totalmente ligada à capacidade de sensibilização e harmonia no ambiente de trabalho. Funcionários, líderes e executivos devem ser orientados quanto à necessidade de promover o bem-estar da PcD, sem discriminações, para que ela desenvolva suas potencialidades.

Realizar avaliações especiais

O acompanhamento do trabalho da PcD deve ser feito de forma que seu rendimento seja avaliado de acordo com as particularidades da deficiência. Essa não é uma forma de discriminar ou cobrar menos dos profissionais, mas, sim, de incluí-los nos planos de carreira, nas bonificações e nas metas da empresa de forma justa.

Monitorar a acessibilidade

Não é só o espaço físico que, por vezes, limita a vida da pessoa com deficiência. Questões atitudinais, ligadas a estigmas e preconceitos, de comunicação e conectadas aos métodos e às ferramentas de trabalho também podem se tornar impeditivas.

É essencial que o profissional de RH mapeie essas possíveis barreiras, para eliminá-las o mais rápido possível e garantir a inclusão completa dos funcionários com deficiência.

Gostou do artigo sobre contratação de PCD? Então aproveite e saiba mais sobre diversidade no recrutamento e seleção.

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