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Hoje, um planejamento de recrutamento e seleção que vise ser assertivo deve investir no tripé: métricas, tecnologia e experiência humanizada. Mas esses três motores da engrenagem da área de Talent Acquisition mal existiam há 20 anos.
Os processos de R&S, para quem olhava de fora, eram um quebra-cabeça de dez mil peças. Não havia critérios claros, comunicação com o candidato, tampouco o profissional conhecia a cultura, os valores e o propósito da empresa. Era um processo quase às cegas para ambos os lados.
Só que esse cenário mudou (e muito). Foi preciso uma reinvenção da área de R&S, acostumada a um sistema praticamente artesanal de selecionar e recrutar profissionais, que ainda está em curso nas empresas. Os currículos em papel e anúncios nos jornais deram lugar a vagas e candidaturas online.
Se a principal missão do recrutador no passado era filtrar os currículos recebidos para entrevistas, hoje é monitorar o processo e se comunicar com os candidatos de olho nos indicadores de negócio da organização e na gestão de talentos do futuro. E como esse contexto mudou tanto em um espaço tão curto de tempo?
O que é planejamento de recrutamento e seleção?
O plano de recrutamento e seleção é uma estratégia para atrair talentos e contratar os melhores profissionais.
Sendo assim, consiste em identificar as necessidades de cada departamento, incluindo possíveis vagas internas, buscando candidatos qualificados para atender essas necessidades com uma análise minuciosa de suas habilidades e competências, avaliando seu grau de adequação ao cargo oferecido e com base em suas expectativas individuais.
Mudança de papéis no planejamento de R&S
A tecnologia facilitou o processo e alterou a rotina e o hábito das pessoas. Em muitos casos, os profissionais se candidatam a um emprego com apenas poucos cliques. É como solicitar um táxi ou uma refeição. As pessoas não precisam mais comprar o jornal para verem anúncios de emprego, elas procuram oportunidades a qualquer hora do dia, a caminho do trabalho, no almoço ou quando estão voltando para casa.
Dessa forma, o profissional passou a dirigir o processo, navegando em direção de sua carreira, de acordo com seus interesses. E isso exigiu uma mudança de mindset na estratégia de R&S.
Agora, os recrutadores enfrentam um mercado competitivo de talentos: isso significa que os candidatos têm a capacidade de escolher os papéis e as organizações com as quais trabalham. Se o processo de inscrição, avaliação e entrevista de uma organização não for simples, coerente e transparente, muitos aspirantes ao emprego simplesmente irão para outro lugar.
Mix de profissionais
Os profissionais estão exigindo cada vez mais experiência de consumidor durante o processo de recrutamento. Querem se candidatar rapidamente às vagas e preferem investir o tempo na pesquisa prévia das empresas, entendendo sobre os valores da organização, o que seus colaboradores falam dela e qual é a relação dela com o mercado consumidor.
Essa transformação exigiu também um novo perfil de profissional de R&S. Não há mais apenas especialistas formados em administração ou psicólogos trabalhando na área. Pessoas com outras graduações, como comunicação e tecnologia, e até estatísticos integram o departamento de Talent Acquisition das empresas. E é exatamente por isso que o marketing de recrutamento está em alta.
Mobile first
Esse mix de profissionais está ajudando a área a lidar com a exigência dos candidatos de se comunicarem rapidamente com a empresa por meio da experiência mobile.
De acordo com um levantamento do Indeed, nos Estados Unidos, 60% dos profissionais já usam dispositivos móveis para encontrar empregos. Esse número é ainda mais superlativo na Coréia do Sul, em Taiwan e no Japão. Nesses países asiáticos, cerca de 80% dos candidatos procuram jobs pelo celular. Não há dados sobre essa questão no Brasil.
Existem várias tendências convergentes que impulsionam a adoção do recrutamento otimizado para smartphone. Atualmente, existem mais celulares que pessoas no mundo e a demografia do mercado de trabalho está mudando. Os Baby Boomers estão se aposentando e a geração do milênio representará 50% da força de trabalho até 2020.
Novas métricas no radar
Quando você adquire um produto via web, o marketing do comércio eletrônico certamente medirá se a compra foi realizada via desktop ou mobile e também monitorará a taxa de abandono de carrinho virtual, no qual o consumidor colocou o produto e depois desistiu da compra.
O recrutamento moderno tende a seguir esse mesmo modelo de métrica para rastrear a performance do processo de recrutamento. E isso também deve ser considerado em seu planejamento de R&S.
A área de Talent Acquisition deve medir a porcentagem de candidaturas feitas por dispositivo móvel, quantos candidatos abandonaram o processo antes de se aplicarem à vaga e o tempo médio que o profissional levou para realizar sua inscrição ao cargo.