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Você está cansado de preencher a mesma vaga de seis em seis meses? Não aguenta mais os chamados nômades de emprego, que resolvem experimentar trabalhos como se estivessem trocando de roupa? Sim, esse é um problema real no processo de retenção de talentos das organizações. E pior: profissionais muito talentosos estão propensos a agir dessa maneira.
A seguir, entenda quem são os nômades de emprego e como lidar com eles.
Nômades de emprego em números
Um estudo da Korn Ferry indica que pessoas com nível intelectual mais elevado têm duas vezes mais chances de trocar de emprego frequentemente, o que impede o engajamento ativo dos colaboradores. Outro levantamento sobre o assunto mostra que 88% dos profissionais acreditam que a mudança de trabalho teve um impacto positivo em suas carreiras.
Já as empresas, por outro lado, não veem esse pular de galho em galho com bons olhos. Afinal, o custo disso é alto. Segundo a Korn Ferry, para substituir os nômades de emprego de alto desempenho, o valor do processo seletivo equivale de 50% a 75% do salário desses executivos.
Trata-se também de uma questão geracional. Um levantamento da Secretaria de Estatística dos Estados Unidos relata que pessoas nascidas entre 1957 e 1974 tinham uma média de 11,9 empregos entre 18 e 50 anos. Notavelmente, as mulheres apresentavam quase o mesmo número de trabalhos que os homens, apesar de terem pausas na carreira em virtude da criação dos filhos. Em média, os homens tinham 12,1 empregos e as mulheres 11,6.
Mudança de mindset
Esses dados refletem uma mudança de pensamento tanto dos colaboradores como das organizações devido às novas gerações que entraram no mercado de trabalho – os Millennials e a geração Z –, que mais do que dinheiro, estão preocupadas com seu papel no mundo e com um propósito corporativo forte.
As pessoas não trabalham mais para uma única empresa ao longo de sua carreira, tampouco as corporações estão dispostas a dar essa segurança ao empregado. E não faltam argumentos de ambos os lados.
Geralmente, os nômades de emprego não acham viável se comprometer com um empregador, porque são ávidos por novos desafios e não suportam ser enganados pelas corporações. Basta observar os últimos movimentos ativistas contra o aquecimento global e a favor da inclusão social que estão pressionando muitos ambientes de trabalho.
Já as organizações, por sua vez, demitem funcionários mais rapidamente do que no passado, como quando as condições dos negócios mudam ou a produtividade diminui. E, agora, os trabalhadores migram de emprego em emprego ao longo de sua carreira buscando maior satisfação e remuneração.
Como reter nômades de carreira?
Apesar dessas mudanças comportamentais, é possível concordar que proporcionar um pouco mais de sossego para ambos os lados não fará tanto mal assim. Se há um match de valores entre profissionais e organizações, é preciso que os dois lados fortaleçam essa relação. Mas como?
A coerência é uma palavra mandatória para assegurar esse vínculo. Empresas coerentes e com uma cultura organizacional transparente ao longo das atividades corporativas têm mais chances de reter uma pessoa que troca de emprego muitas vezes.
Imagine a seguinte situação: um profissional talentoso é contratado por uma corporação que se vende como inclusiva e que desenvolve os talentos contratados. Após seis meses de casa, o cenário que esse profissional vê é totalmente diferente. Ele não teve oportunidade de fazer cursos e já passou por situações de bullying relativas ao seu sobrepeso, não vendo, assim, propósito em seguir naquele ambiente de trabalho. Essas condições favorecem a mudança de emprego.
Foque no desenvolvimento profissional
Outra arma poderosa para fortalecer essa relação é o desenvolvimento do profissional dentro da organização. Convenhamos: poucos são os talentos que olham para a famosa Pirâmide de Maslow e escolhem sua base, a segurança. A maioria quer chegar ao topo, na autorrealização.
Por isso, as organizações precisam oferecer sempre novos estímulos aos profissionais que mudam muito de emprego, como incentivos para se reciclarem e convites para fazerem parte dos novos rumos da companhia.
Se a sua organização não estimula esse tipo de prática, isso refletirá negativamente nos indicadores de rotatividade. Portanto, vale mostrar, por meio de números, que investir na coerência corporativa e no desenvolvimento de profissionais não é um gasto, mas, sim, um investimento que, em longo prazo, trará ótimos retornos, como a retenção de nômades de emprego.
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