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Ressignificar a relação com o trabalho e fugir dos modelos praticados pelas grandes corporações. Esse era o cenário que Ligia Hacker olhava em seu horizonte. Com o nascimento da segunda filha, a profissional, que desde os 19 anos atuava na área de gestão de pessoas, queria que seu trabalho fosse algo além da segurança de um bom salário e do status de benefícios.
Hoje, com 39 anos, Ligia é business partner da área Comercial da VAGAS, e atua também com o setor de parcerias da organização, disseminando a vivência do modelo de gestão horizontal para fora dos muros da empresa.
“Vivemos na VAGAS um ambiente tão verdadeiro, onde você é transparente, não precisa se esconder, pode colocar a sua opinião e ser respeitado por ela. Isso te dá liberdade para fazer as coisas acontecerem”, afirma. Na entrevista a seguir, Ligia fala sobre como o caminho atrás de seu propósito foi cheio de curvas e nada romântico, mas valeu a pena.
O que te faz levantar da cama todos os dias para trabalhar?
Sempre trabalhei na área de RH. Sou psicóloga de formação e já atuei em duas grandes multinacionais. Comecei a ressignificar a relação com o trabalho, um assunto que sempre me interessou. Ficava intrigada como algumas pessoas pareciam ser mais felizes que outras no ambiente corporativo. Isso porque algumas claramente não veem significado no que fazem, estão ali apenas por conta do dinheiro. Eu mesma comecei a ressignificar o trabalho quando meus filhos nasceram.
Percebi que o poder financeiro estava me consumindo a ponto de esquecer dos motivos que me levavam a exercer minha profissão. Comecei a pensar que isso não fazia mais sentido para mim. Queria atuar em uma empresa que gerasse impacto positivo nos desafios coletivos que observamos.
Mas entre o pensar e o agir há uma grande lacuna. Como foi, na prática, largar um emprego estável e com boa remuneração para buscar uma vida com mais significado?
“Renunciei ao emprego quando estava grávida da minha segunda filha. Pensei: “não quero mais ficar nessa posição”. Eu viajava muito pelo Brasil e pela América Latina e não via mais sentido no que fazia. Não sabia exatamente o que queria, mas sabia o que não queria. Fiquei um pouco desesperada, pois o que mais tinha no mercado era o que eu não desejava. Não foi uma escolha agradável, não houve romance, até porque com dois filhos para criar, não tive como parar e fazer um ano sabático.
Foi muito difícil conjugar a realidade da minha vida e o que queria fazer. Mas mantive minha decisão e fui até o fim. Estava quase sem dinheiro quando a oportunidade que procurava surgiu na VAGAS.
E como descobriu que trabalhando na VAGAS você conseguiria atingir esse propósito?
Gostava de trabalhar com RH, mas não da forma como as relações de trabalho eram conduzidas nas grandes empresas. Comecei a procurar empregos que buscavam novas formas de se relacionar com os funcionários, para que eu pudesse fazer algo diferente, e achei o case da VAGAS como uma empresa horizontal. Conversei com uma amiga que trabalhava aqui e ela me contou um pouco mais sobre como funcionava na prática a gestão horizontal. Certo dia, ela me ligou para dizer que tinha uma vaga na companhia e perguntou se eu gostaria de participar. Foi a minha chance.
A experiência durante o processo de R&S da VAGAS reforçou esse sentimento?
O processo de seleção da VAGAS propõe uma reflexão muito profunda sobre valores. Engraçado que, ao longo do processo, também participei de outras entrevistas de emprego com recrutamentos mais tradicionais.
Essa dualidade me ajudou a observar o que era verdade para mim e o que não era. Você começa a reavaliar e ver o que, de fato, precisa na sua vida. São escolhas que, em princípio, são dolorosas, pois você abre mão de alguns privilégios. Só que depois de um tempo, aquilo se torna tão verdade que você deixa de pensar no que antes valorizava, como salário e benefícios. Isso já não faz mais parte da minha vida.
Poderia nos contar um pouco do seu trabalho na VAGAS? E de que forma ele impacta na busca de seu propósito pessoal?
Quando cheguei aqui, perguntei se havia algum programa de qualidade de vida, e me responderam que não. Retruquei: “mas não tem um day off no aniversário?”. E meus colegas responderam: “se você não quiser trabalhar no dia do seu aniversário, negocie com a gente que você não vem”. Isso é verdade. Todo o resto é uma mentira corporativa para você achar que não é oprimido. Acredito muito no nosso modelo de gestão, apesar de todas as dificuldades que vivencio no dia a dia. Acho que ele, de fato, considera a integralidade das pessoas. Conseguimos colocar nossos valores para fora, debatê-los e isso gera engajamento e comprometimento muito importantes para o bem-estar nas relações de trabalho.
Vivemos na VAGAS um ambiente tão verdadeiro, onde você é transparente, não precisa se esconder, pode colocar a sua opinião e ser respeitado por ela. Isso te dá liberdade para fazer as coisas acontecerem.
Quais foram os seus melhores momentos trabalhando na VAGAS até agora? Conte um pouco sobre essa experiência.
No momento, atuo em um projeto no qual estamos revendo toda a questão de remuneração. Estamos propondo uma reflexão muito profunda sobre como lidar com o valor do dinheiro dentro de uma estrutura horizontal, onde não há cargos, e de como as pessoas terão a sensação de que estão progredindo profissionalmente.
A palavra “carreira” traz muito a questão da verticalidade. Como quebramos isso? Você sabe que só vai ganhar mais se avançar na carreira, se trabalhar mais e adquirir novas responsabilidades. Portanto, o desafio é: como lidar com o tema do reconhecimento dentro do modelo de cultura horizontal? Isso é muito desafiador, porque não há bons exemplos para copiar ou fazer benchmarking. Esse projeto está sendo muito marcante, já que estamos tentando juntos achar um caminho para tratar de um tema muito sensível em um modelo de gestão disruptivo.
Qual é a sua dica para as pessoas que também são movidas pelo propósito encontrarem as organizações certas para trabalharem?
Pergunta difícil… (breve momento de silêncio). Mas, como ocorreu comigo, acredito que a melhor dica é manter a escolha e seguir até o fim. Naturalmente, vai aparecer algo, as oportunidades estão reservadas para todos. Busque o que realmente faz sentido para você e não deixe a tentação vencer. Passei por muitas tentações nessa busca, tive muitas propostas de empresas do modelo tradicional.
Outra dica é: se inserir na sua nova “tribo”. Frequente eventos, palestras, cursos que tenham relação com o que você está procurando. Tudo o que recebia de convite, ou via na internet relativo ao meu propósito, eu frequentava. Nesses lugares, você conhece pessoas interessantes que acabam abrindo portas.