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Licença-maternidade ou paternidade estendida, auxílio-casamento, férias mais longas, aulas de yoga, flexibilidade no trabalho, lanches à vontade… Esse post poderia ter mais de duas telas mencionando os milhares de benefícios oferecidos pelas empresas para atrair o melhor capital humano. Por sinal, é um mais criativo do que o outro. Mas, na guerra por talentos, quais são as melhores armas para recrutá-los e retê-los? Aqui, analisaremos resultados de pesquisas que indicam o que chama a atenção dos talentos na publicação de vagas e o que faz com que eles, de fato, permaneçam nas companhias.
Alta remuneração, carro da companhia e bônus. Essas eram as palavras mágicas usadas por headhunters nas décadas de 1980 e 1990 e até começo do século 21. Mas as novas gerações e o mercado de startups reviraram o ambiente de trabalho do avesso. As cifras dos salários ainda chamam a atenção dos talentos, mas se outros benefícios tangíveis e intangíveis não estiverem atrelados à vaga, os profissionais podem dizer adeus à organização.
Esse contexto exige um jogo de cintura por parte da área de gestão de pessoas. Os profissionais precisam encontrar as bonificações corretas – se possível customizadas para cada colaborador –, conectadas com a cultura da empresa, que caibam no orçamento da organização e que ainda reflitam o ambiente corporativo de olho no Futuro do Trabalho. Haja visão estratégica e dedicação para contemplar tantas informações. Mas calma! Há dados que ajudam a encontrar a estrada dos tijolos amarelos.
Vamos a eles:
Salário X Benefícios
De acordo com uma pesquisa de confiança de emprego realizada pelo site Glassdoor, cerca de 60% das pessoas levam em conta primeiramente o pacote de benefícios oferecido pela empresa ao considerar a oferta de emprego. O levantamento também demonstrou que 80% dos pesquisados escolheriam benefícios adicionais ao invés de um aumento de salário.
Um outro estudo desenvolvido nos Estados Unidos com cerca de 2 mil trabalhadores, com idade entre 18 e 81 anos, revelou que, após o plano de saúde, os benefícios queridinhos pelos funcionários não tinham correlação com atributos monetários, mas, sim, com um ambiente mais amigável de trabalho, tais como horários flexíveis, tempo maior de férias remuneradas e home office.
A maioria dos entrevistados relatou que horários flexíveis, mais tempo de férias e opções de trabalho fora de casa podem dar uma conotação mais atraente aos empregos com salários mais baixos. Muitos confirmaram que preferem trabalhar em organizações que oferecem esse pacote flexível de benefícios a atuar em empresas tradicionais que ainda proporcionam bons salários, mas com ambientes corporativos que não refletem o equilíbrio entre vida pessoal e profissional.
Benefícios para todos os bolsos
Os benefícios mais citados pelos trabalhadores na pesquisa – horas flexíveis e home office – são privilégios acessíveis para todos os tipos de orçamentos, sejam de pequenas, médias ou grandes empresas. Essas duas vantagens, muitas vezes, otimizam o tempo e poupam recursos das organizações, diminuindo os custos indiretos, tais como vale-transporte e conta de energia elétrica.
Um outro estudo, este conduzido no Brasil pela consultoria Randstad, indica que os brasileiros apontam salário e benefícios (42%) como os maiores motivos para permanecer nas organizações. Na segunda colocação vem o ambiente de trabalho (39%), seguido de estabilidade (37%), progressão de carreira (35%) e saúde financeira (34%). Dada a proximidade das percentagens apresentadas, não é possível excluir nenhum desses fatores à wish list do emprego ideal para os brasileiros.
No estudo Análise de Tendências & Salários do Brasil 2019 da consultoria Hays, o equilíbrio entre a carreira profissional e a vida pessoal também é destacado. Entre os cinco benefícios mais reconhecidos pelos profissionais estão flexibilidade de horário (72%) e trabalho a distância (53%).
Questões geracionais
O levantamento ainda aponta que para acompanhar essa transformação no universo do trabalho, principalmente entre os profissionais das gerações Y e Z, as empresas estão seguindo a tendência de mercado e passando a oferecer mais benefícios não tangíveis. Em 2017, 65% delas não ofereciam home office; ao passo que no ano passado, este número caiu para 49%. Os horários flexíveis também ganharam força. Houve um aumento de 13% dessa vantagem de 2017 para 2018, sendo que 51% dos empregadores oferecem, portanto, esta opção aos seus colaboradores.
Independentemente de qual bonificação conceder, é importante que a organização mantenha sempre uma agenda coerente com a sua cultura e positiva aos funcionários. Entender as novas demandas sociais e criar um ambiente amigável são pré-requisitos básicos para conquistar a confiança dos times e, consequentemente, atrair e reter os melhores profissionais.
Aqui fica também uma última dica para os profissionais de R&S. Ao publicar as vagas da empresa, use uma linguagem mais informal e criativa. Anúncios sisudos com listas de exigências não chamam mais tanto a atenção dos talentos.