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Muito tem se falado sobre programa de diversidade e inclusão (D&I) nas organizações. Diversas empresas investiram em divulgações nas redes sociais, mostrando ao mundo suas iniciativas para a semana do orgulho LGBTQ+, Dia da Mulher, Consciência Negra e por aí vai. Mas será que essas ações são suficientes para resolver a questão da diversidade e inclusão no mercado de trabalho? Eu, particularmente, acredito que não.
Como implementar programa de diversidade na empresa?
A realidade é que nem todas as empresas dispõem de um budget tão expressivo separado para a contratação de consultorias que criam programas de D&I. Infelizmente, muitas organizações ainda não conseguem ver benefício em investir nessa temática, portanto aproveitar os recursos já disponíveis pode ser uma boa saída.
Acompanhe, a seguir, uma sugestão de metodologia para a criação de um programa de diversidade e inclusão em sua empresa sem a necessidade de pagar uma consultoria especializada.
Ferramenta 5W2H para programa de diversidade
A 5W2H teve origem no Japão, especificamente na indústria automobilística, e tem o objetivo de estruturar um plano de ação, respondendo a cinco questões (veja o quadro abaixo).
Segundo José Carlos Frota, docente do curso de Gestão da Diversidade da PUC São Paulo, “a ferramenta 5W2H é uma forma de criar planos de trabalho. Apesar de ser desenvolvida para a gestão da qualidade, pode ser adaptada facilmente nos mais diversos projetos. Ao pensar em programas para a gestão da diversidade e inclusão, essa metodologia facilita a visualização de quadros, etapas e responsabilidades de cada parte (setor, departamento), além da estratégia de custos e financiamentos do projeto.”
Entenda como funciona a ferramenta que auxilia na criação de um programa de diversidade:
What (O que)
Defina o que será feito, ou seja, qual o objetivo do programa de diversidade e inclusão e, principalmente, a meta a ser atingida.
Para responder à pergunta, é essencial ter um mapeamento da situação atual da empresa, portanto ter um censo dos colaboradores de bastante importante.
Why (Porque)
deixe claro o motivo pelo qual o programa está sendo criado e quais os benefícios que ele trará para a empresa.
O motivo da implantação está totalmente ligado com o mapeamento da situação da empresa. Por exemplo, se o seu mapeamento mostra que 95% da liderança é composta por homens, você pode dizer que o programa será relevante para equalizar a diversidade na empresa quanto ao gênero.
Where (Onde)
Defina onde o programa será implantado, ou seja, os departamentos e unidades da empresa aos quais se destina.
Isso depende muito do objetivo do programa. Em alguns casos, será implantado no chão de fábrica, em outros casos, na alta liderança.
When: (Quando)
Aqui, o objetivo é detalhar o cronograma do programa, mostrando as ações que serão feitas mês a mês.
Descreva exatamente quando cada ação acontece, por exemplo: em janeiro haverá o convite para formação do comitê de D&I e grupos de afinidade, já em fevereiro a palestra de sensibilização e assim por diante.
Who (Quem)
Descreva quem fará as ações definidas no “O que”, informando as áreas internas ou até mesmo os fornecedores, se for o caso.
Aqui, ter a área de Marketing como aliada é de extrema importância, já que eles podem auxiliar na divulgação do programa a todos os colaboradores da empresa.
How (Como)
Nesta parte, detalhe de qual forma as ações serão realizadas, ou seja, a ideia aqui é detalhar o processo de entrega das ações.
Por exemplo, treinamentos sobre viés inconsciente, revisão do plano de cargos e carreira e capacitação para que colaboradores da produção possam participar de recrutamento interno para cargos de liderança etc.
How much (Quanto)
Aqui é a parte “chata”: dinheiro. Colocar na ponta do lápis quanto a empresa precisa investir é de extrema importância, até para que depois seja calculado o retorno sobre o investimento. Para a boa execução de um programa de D&I, a empresa pode precisar investir, por exemplo, na contratação de palestrantes, folders, brindes, etc.
De acordo com a dimensão de algumas empresas e programas, pode ser que a 5W2H não seja suficiente, mas o professor Frota explica que ela não precisa ser a única: “Por ser de fácil compreensão e aplicação, uma planilha eletrônica auxilia com maestria.O 5W2H consegue ser um primeiro passo, mas não o único, para a organização e inserção de um programa de gestão da diversidade e inclusão”.
Gostou do texto? Então leia como a entrevista com viés pode prejudicar sua seleção.
Sobre o autor:
Renan Batistela é formado em Letras (UNIP), pós graduado em Pedagogia Empresarial (FMU) e Gestão da Diversidade (PUC-SP) e atua como Especialista em Treinamentos na VAGAS.com há 8 anos.