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Como e por que combater a LGBTfobia nas empresas

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    Vagas For Business

  • 6 de jun as 9:24
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Entenda o cenário da LGBTFobia nas empresas brasileiras e como combatê-la pode ser benéfico sob diversos aspectos

Você já parou para pensar nas consequências da LGBTfobia nas empresas? Se esse tema sequer foi cogitado pela sua organização esse já é um alerta de que algo está errado. Ou sua empresa não tem uma política de diversidade e inclusão ou ela tem pontos cegos. 

Isso mesmo, não há como tapar os olhos e dizer que a LGBTfobia existe apenas fora do ambiente de trabalho. As agressões físicas e psicológicas aos membros da comunidade LGBTQIA+ acontecem tanto fora como dentro dos muros das organizações, seja de forma explícita ou velada. 

Neste artigo, vamos mostrar, através de números, essa realidade e como construir políticas corporativas para evitar esse de intolerância é benefício para empresas, pessoas da comunidade e colaboradores. Confira! 

O que é LGBTfobia?

É o termo usado para descrever uma mescla de atitudes e sentimentos negativos que vão desde a antipatia, aversão e até preconceito com o grupo LGBTQIA+.

Esse tipo de comportamento pode assumir várias formas, como xingamentos, piadas depreciativas, questionamentos hostis, ameaças, bem como contato físico.

Pode acontecer verbalmente, por escrito, pessoalmente ou virtualmente, por meio das redes sociais ou por e-mail. 

Qual o cenário da LGBTfobia no mercado de trabalho no Brasil?

O mercado de trabalho no Brasil ainda não acolhe e não tem políticas adequadas para inclusão de pessoas vulneráveis do grupo LGBTQIA+. É o que revela uma série de estudos conduzidas no país. Quer ver só? 

Segundo levantamento da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), apenas 10% das pessoas trans estão integradas ao mercado de trabalho formal no país. Isso mesmo, de acordo com o estudo, os outros 90% estão totalmente fora do mercado de trabalho ou têm como fonte de renda trabalhos informais. 

Na visão da Antra, esse cenário poderia ser distinto se as organizações abraçassem a equidade de diversidade sexual. Mas, a julgar pelos dados trazidos pela pesquisa da consultoria Santo Caos, essa realidade ainda está distante do mercado de trabalho no Brasil.

De acordo com o levantamento, 65% dos trabalhadores LGBTQIA+ afirmaram já ter sofrido discriminação no trabalho. Além do mais, o estudo também aponta que 47% dos profissionais desse grupo vulnerável têm renda média inferior a quatro salários mínimos. 

Em outras palavras, há poucas lideranças LGBTQIA+ nas organizações brasileiras. Um estudo do Great Place to Work (GPTW) aponta que esse número chega só a 8%, de acordo com dados da autodeclaração de funcionários. Além disso, apenas 10% dos funcionários se autodeclaram pertencer ao grupo LGBTQIA+.

Agora, quais são os principais pontos trazidos pela comunidade LGBTQIA+ para melhorar esse cenário? Segundo levantamento da consultoria brasileira Mais Diversidade, o grupo acredita que os seguintes tópicos deveriam ser otimizados no mercado de trabalho: 

  • 74% ambiente inclusivo;
  • 54% mais ambiente de trabalho com líderes LGBTQI+;
  • 45% oportunidade de desenvolvimento de carreira.

O que a legislação trabalhista fala sobre garantia de direitos LGBTS e homofobia?

É importante destacar que não existe uma lei trabalhista específica que aborda o direito de pessoas LGBTs ou a homofobia no ambiente de trabalho. O que existe são leis mais abrangentes que garantem o direito da comunidade seja dentro ou fora do mercado de trabalho.

Vejamos algumas dessas leis:

Criminalização da homofobia e transfobia 

Em 2019, o Supremo Tribunal Federal (STF), em julgamento de ações que tratavam sobre criminalização da homofobia e transfobia, decidiu que declarações homofóbicas podem ser enquadradas no crime de racismo. Em outras palavras, se alguém agir de forma homofóbica ou transfóbica tanto dentro como fora do ambiente de trabalho, essa pessoa pode responder criminalmente pela LGBTfobia.

Casamento homoafetivo

A lei não diferencia um casamento entre casais do mesmo sexo ou de sexo distinto. E o que isso significa no ambiente de trabalho? Que os benefícios estendidos para o cônjuge do profissional sejam garantidos a todes, seja o casal homo ou hetero. 

Benefícios previdenciários 

É direito do parceiro, independentemente da orientação sexual, receber o benefícios previdenciários;

Equiparação salarial

Não é possível que a empresa conceda um salário menor para uma pessoa do grupo LGBTQIA+ se ela exerce a mesma função de um colega que é heterosexual. Isso é discriminação. Segundo o artigo 461 da CLT, em funções idênticas, com trabalho prestado ao mesmo empregador e na mesma localidade precisa ser respeitada a equiparação salarial. 

Esses foram apenas alguns exemplos de como o direito trabalhista e/ou criminal pode ser aplicado em casos de LGBTfobia. Aqui vale o reforço de que todos os direitos trabalhistas devem ser assegurados aos cidadãos brasileiros, independentemente da orientação sexual da pessoa.  

Vantagens em contratar e apoiar LGBTQIA+ nas empresas

Os benefícios para um local de trabalho inclusivo para pessoas LGBTQIA + vão além de garantir a segurança e o acolhimento de pessoas funcionárias diversas. Sim, empresas inclusivas também se beneficiam com esse tipo de política. 

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De acordo com uma pesquisa da consultoria McKinsey, quanto maior a diversidade na força de trabalho maior é a lucratividade e a criação de valor da empresa. Quer saber mais sobre essas vantagens? Abaixo, elencamos outros 3 bons motivos para as organizações investirem na contratação de pessoas LGBTQIA+

Ajuda a melhorar a marca empregadora e a atrair talentos

Isso mesmo, cada vez mais vemos o movimento, especialmente de jovens da geração Z, lutando pela pluralidade no ambiente de trabalho. 

Ao ser uma empresa inclusiva, você está enviando mensagens às pessoas candidatas que se importa em promover a diversidade e incluir no mercado de trabalho pessoas à margem do mercado de trabalho formal. Um gol de letra para sua marca empregadora! 

Aumenta a fatia de mercado do negócio da sua empresa 

De acordo com pesquisa conduzida nos EUA, quase metade dos americanos são mais propensos a gastar dinheiro com marcas que reconhecem e suportam as causas do movimento LGBTQIA+.

Além disso, boa parte daqueles que pertencem ao grupo LBTQIA+ foi categórica ao afirmar que não compra produtos e serviços de marcas de empresas que não promovem igualdade no ambiente de trabalho.

Diminui a rotatividade 

Uma vez que pessoas da comunidade LBTQIA+ se sintam acolhidas e à vontade em um ambiente de trabalho, dificilmente, elas tendem a trocar de emprego, até por medo de preconceitos em outras organizações.

Como combater o preconceito contra LGBTQIA+ nas empresas

A primeira coisa para combater o preconceito é aceitar que ele existe. Como dito no começo deste artigo, mais de 65% de pessoas LGBTQIA+, já sofreram algum tipo de discriminação do local de trabalho. .

Uma outra forma de fortalecer o entendimento sobre a temática para evitar a intolerância no ambiente de trabalho é fazer parcerias com organizações que conhecem as dores desse grupo. 

Quer saber mais sobre como evitar a intolerância e o preconceito na sua empresa. Fique atento às dicas a seguir: 

Estabeleça políticas de inclusão

Para garantir que todos os funcionários se sintam seguros e confortáveis, é importante que as organizações desenvolvam políticas claras de combate à discriminação e as apliquem de maneira consistente e justa.

Pesquisas em psicologia social descobriram que instruções claras para evitar estereótipos podem ser uma maneira eficaz de reduzir o viés inconsciente.

Além disso, é necessário que essas políticas de inclusão sejam verdadeiras e envolvam as lideranças. Por exemplo, não adianta dizer que há cotas de contratação de LGBTQIA+, mas na prática promover o distanciamento desse público.

Crie um canal de denúncias

Abra um canal de queixas, com a possibilidade de anonimato, e incentive os colaboradores a usá-lo.O RH também precisa fazer a sua parte: quando um funcionário fizer uma denúncia, não deixe de investigá-la imediatamente.

Faça uma declaração de igualdade

Uma missão bem escrita deve refletir não apenas os objetivos, mas também os valores da sua empresa. Portanto, se possível, escreva uma declaração de igualdade em sua missão.

Promova treinamentos de diversidade e inclusão

Debates em grupos podem ser uma maneira fácil de reunir funcionários na mesma sala para discutir questões importantes e experiências pessoais, gerando empatia ao tema.

O treinamento em diversidade e inclusão deve ser disponibilizado aos funcionários em todos os níveis para uma melhor compreensão de todes sobre a relevância do tema.

Invista em linguagem neutra 

O uso da linguagem neutra na comunicação organizacional evita o viés em relação a um gênero específico. Usar termos como pessoas engenheiras, liderança, ao invés do uso termos no gênero masculino como engenheiros e líderes, é um bom começo para uma mudança de mindset a partir da linguagem

Utilize a tecnologia a seu favor

Para agilizar a contratação de pessoas de grupos minorizados, como é o caso de pessoas LGBTQIA+, use as ferramentas tecnológicas a seu favor. No Vagas For Business, a pessoa candidata tem a opção de se autodeclarar em relação ao seu gênero.

Com essa informação, que pode ser utilizada exclusivamente para processos seletivos afirmativos, você dá mais agilidade e eficiência às contratações afirmativas e contribui para um mercado de trabalho cada vez mais justo e equitativo.

Apesar do avanço nos últimos anos, ajudar os membros da comunidade LGBTQIA+ a conquistar segurança no mercado de trabalho e evitar a LGBTfobia ainda é um processo embrionário nas organizações no Brasil e no mundo.

E como vimos ao longo deste artigo trata-se de uma luta que não é só de membros da comunidade, mas de todes. Com o combate à intolerância e ao preconceito todes saem ganhando: empresas, comunidade LGBTQIA+ e colaboradores.Você quer se aprofundar ainda mais no tema e ter informações diretamente de especialistas no tema? Confira o curso “Como contratar e incluir pessoas trans” no Colettivo, que é uma iniciativa Vagas com o propósito de acelerar a formação de RHs cada vez mais justos e inclusivos.

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