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Fundador da VAGAS debate relação entre tecnologia e preconceito no recrutamento

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  • 12 de ago as 12:11
  • 3 min de leitura
Homem digitando no computador sobre o teste DISC

Fundador da VAGAS fala sobre ética e responsabilidade de empresas geradoras de dados a fim de eliminar vieses que diminuem a diversidade e a inclusão nas empresas no Fórum Sim à Igualdade Racial 2019

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A gigantesca Amazon promoveu, sem querer, um debate sobre como o mau uso da inteligência artificial pode manter vieses que barram a inclusão e a diversidade no ambiente de trabalho. Um vazamento de dados acerca do recrutamento e da seleção da empresa comprovou que robôs, criados para ajudar na triagem de currículos, excluíam as mulheres do processo.

A culpa, no entanto, não era da tecnologia. O sistema aprendeu a selecionar os melhores profissionais baseados em currículos recebidos nos últimos 10 anos, que eram majoritariamente de candidatos homens. Não houve a exclusão desse viés por parte dos programadores dos robôs.

Palestra sobre tecnologia e preconceito no recrutamento

Esse debate sobre o uso ético da tecnologia no RH e a propagação de vieses já existentes no mercado de trabalho foi o tema central da participação do fundador da VAGAS, Mário Kaphan, no painel Tecnologia e Inclusão do Fórum Sim à Igualdade Racial 2019.

“Nesses 20 anos de atuação da VAGAS, no mercado de recrutamento e seleção, acumulamos dados que são ouro nos tempos atuais. No entanto, precisamos nos responsabilizar para utilizá-los de acordo com uma certa ética”, frisou Kaphan.

“Sabemos que esses dados estão enviesados. Eles retratam o passado, que era um tempo de segregação. Se os usarmos diretamente, sem observar esse contexto, corremos o risco de reviver a situação de exclusão”, sugeriu.

O fundador da VAGAS, que é um amante da ciência da informação, explicou que os algoritmos, utilizados pela inteligência artificial, precisam ser minerados. Com ela, a decisão é gerada após vários cálculos matemáticos que exigem uma série de códigos de computador capazes de entender os dados processados.

Tendência do passado

“Temos na VAGAS dados de inúmeros candidatos, fases de processos e definições de vagas. Mas, se a máquina usar esse passado como regra a ser seguida, ela perpetuará a atual situação. Essa questão de lidar com informações enviesadas é um desafio mundo afora”, destacou. Na prática, o que Kaphan quis ilustrar é o que aconteceu com os robôs da Amazon. Eles olharam para o passado e excluíram as mulheres do processo seletivo porque entenderam que aquele era um trabalho majoritariamente masculino.

E, como a companhia trabalha consistentemente para a realização da “utopia de contribuir para um mundo em que pessoas possam escolher melhor o seu trabalho e empresas possam escolher melhor suas pessoas”, além de seguir o modelo de gestão horizontal, essa tendência pode ser um grande empecilho.

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Na visão do fundador da VAGAS, a questão ética no uso da inteligência artificial precisa ser tema central em organizações que trabalham com tecnologia.

Sabendo dos dados tendenciosos em sua inteligência, a VAGAS, por exemplo, delineou várias iniciativas no sentido de colocar diversidade como objetivo estratégico, tanto internamente como junto aos seus clientes.

Durante sua exposição, Kaphan enumerou essas ações:

Retrato de exclusão

A VAGAS, em parceria com a Talento Incluir, realizou uma pesquisa com mais de 3 mil candidatos cadastrados na plataforma VAGAS.com.br e 200 profissionais de RH, para saber qual era o real retrato do mercado de trabalho brasileiro. “Constatamos o óbvio, uma situação de exclusão racial, de gênero e de idade”, sublinhou Kaphan. Inclusive, aqui você pode conferir o e-book sobre o estudo.

Manual de diversidade

A pesquisa resultou em um manual chamado Diversidade e discriminação no ambiente de trabalho, que aborda a questão a partir do estudo conduzido.

Ação de inclusão

A VAGAS, em conjunto com a ID_BR, promotora do Fórum Sim à Igualdade Racial, estuda a elaboração de uma ação afirmativa. “Queremos que, no futuro, nossos algoritmos possam também atuar de forma inclusiva”, explicou Kaphan.

Ele encerrou sua participação no evento afirmando que o ser humano, infelizmente, não evolui exponencialmente como a tecnologia. “Portanto, questões como a diversidade e o senso de humanidade precisam estar cada vez mais nas pautas das organizações”, concluiu.

Participaram ainda do painel Denis Caldeira, diretor do Facebook, Sil Bahia, diretora da Olabi, organização focada em inovação social e tecnologia, e Vitorí, cientista de dados.

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