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O que é e como melhorar o Employee Experience da sua empresa?

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    Vagas For Business

  • 24 de fev as 16:45
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Foto de pessoas em um escritório

Employee Experience, ou Experiência do Colaborador, diz respeito às sensações provocadas nos funcionários a partir da interação e ao longo do relacionamento com a empresa na qual trabalham

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Muitos artigos e debates sobre gestão de pessoas abordam employee experience, mas o que significa o termo na prática? E como implementar essa experiência na sua organização?

Diversas pesquisas indicam que a experiência do funcionário deve ser uma preocupação para o RH que tem como objetivo se tornar um parceiro forte da área de negócios, gerando mais engajamento e produtividade entre os colaboradores.

Preparamos um guia completo para você entender o que é  employee experience de uma vez por todas, além de dicas de como implementá-lo na sua empresa.

O que é employee experience?

Employee experience (em português, experiência do funcionário) é o resultado das interações do empregado com a empresa. Elas incluem processos, sistemas, pessoas, propósitos, sentimentos, aprendizados e comportamentos que essas interações provocam.

Do ponto de vista da organização, employee experience é o que é projetado e criado para os funcionários ou como a empresa acredita que a realidade do colaborador deve ser. Em outras palavras, é o esforço de criar uma organização em que as pessoas queiram trabalhar.

O conceito engloba toda a jornada do colaborador na empresa, como recrutamento, onboarding e relacionamento com colegas e lideranças. A estratégia monitora também os benefícios individuais que a empresa fornece a esse funcionário em troca de sua produtividade.

Employee experience x Customer experience

Pode-se dizer que o employee experience espelha-se na experiência do cliente. Enquanto a área de marketing monitora todos os pontos de conexão da marca com o seu consumidor e captura o seu envolvimento.

A experiência do empregado, portanto, traduz o sentimento que o colaborador tem em relação à organização durante a jornada de trabalho.

Na prática, metodologias usadas pelo marketing e vendas para entender o comportamento do comprador agora são aplicadas para repensar a experiência dos funcionários. Entre elas, estão mapas de experiências, personas de usuários e histórias de clientes,

Além disso, a experiência do funcionário também pode impactar a experiência do consumidor, visto que depende, na maioria das vezes, de um empregado, que pode estar mais ou menos motivado a superar expectativas.

Experiência do funcionário no passado x atual

A evolução que vivenciamos hoje continua mudando as prioridades organizacionais, de modo a valorizar mais a humanidade e as experiências nas organizações, porém nem sempre foi assim.

Como tudo no mundo dos negócios, as coisas evoluem e mudam. Veja como foi a evolução do employee experience ao longo dos anos:

Utilidade

Décadas atrás, o relacionamento com empregadores era bastante direto: eles tinham empregos que precisavam preencher e os funcionários tinham contas a pagar. Essa relação básica também significava que o trabalho sempre girava em torno da utilidade, ou seja, ferramentas e recursos essenciais que um empregador fornece aos funcionários para a realização de suas funções. Por exemplo, hoje isso seria um computador, uma mesa e um telefone, mas no passado poderia ser apenas um martelo e pregos.

Na época, alguém que tentasse trazer programas de saúde e bem-estar provavelmente seria recebido com desgosto e desligado sem muitas explicações. Esses benefícios são adventos da atualidade, embora ainda existam muitas organizações por aí que ainda estão presas nas décadas passadas.

Produtividade

A era seguinte foi a da produtividade. Nela, foram pensadas formas de melhorar o modo de trabalho dos funcionários, reduzindo ao máximo o tempo em cada tarefa. Como não haviam robôs para realizar processos repetíveis, foram usadas pessoas para tal, o que deu origem às famosas linhas de montagem em fábricas.

Assim como na era dos utilitários, também não havia preocupação em criar uma organização onde o funcionário realmente queria estar.

Engajamento

Então, veio a época do engajamento. Esse conceito surgiu quando o mundo dos negócios começou a se preocupar e valorizar os funcionários, em vez de apenas tentar extrair cada vez mais força de trabalho deles.

A abordagem revolucionária mudou a relação entre empregado e patrão, expondo o que a organização pode fazer para beneficiar os colaboradores e entender como e por que eles trabalham.
Atualmente
Hoje, o foco de hoje é a experiência do funcionário, que permite que as organizações se concentrem no seu capital humano para conduzir o negócio para o futuro.

Benefícios de employee experience

Estima-se que os esforços para refinar e aprimorar a experiência do funcionário continuarão sendo o principal foco dos líderes de gestão de pessoas.

As empresas que têm dedicado esforços ao employee experience tendem a ter cultura organizacional mais forte, maior engajamento com funcionários, ambiente diversificado e inclusivo e altos níveis de retenção. E mais: costumam ser mais lucrativas também.

Reduz o turnover

Segundo estudo da Gartner, funcionários altamente engajados têm 87% menos probabilidade de deixar suas empresas do que seus colegas menos engajados. Estima-se que 11 bilhões de dólares sejam perdidos anualmente devido à rotatividade de funcionários – entre custos com contratação, integração e treinamento – o que mostra a necessidade de estimular a retenção. Investir na experiência do funcionário é uma forma de mantê-lo na empresa por mais tempo.

“Pessoas motivadas e confortáveis produzem mais, permanecem por mais tempo na empresa e até retornam quando têm oportunidade, facilitando e reduzindo custos de atração, seleção, integração, treinamento e desligamento”, explica Patricia Molino.

O aumento na produtividade a partir do engajamento dos colaboradores e da motivação também é muito bem recebido. Isso gera efeito sobre qualidade, atendimento, proteção à marca e experiência dos clientes.

“Os profissionais chegam às empresas com expectativa de serem tratados pelos serviços de recursos humanos e benefícios da mesma forma como são tratados quando estão no papel de clientes”, explica a executiva.

Aumento da produtividade

De acordo com a Warwick University, funcionários felizes são 12% mais produtivos. Alimentar o employee experience significa fornecer um ambiente de trabalho que permita operar da melhor forma, seja por meio de novas tecnologias ou uma cultura positiva

Atração de talentos

Quanto melhor o employee experience, mais talentos você atrai (e mantém), o que é essencial no panorama atual da guerra por talentos. Há uma escassez global de certas profissões que afeta diversos setores da indústria, o que significa que os funcionários podem ser mais exigentes sobre onde estão dispostos a trabalhar. Mais do que nunca, as empresas estão competindo entre si para atrair os melhores talentos e, neste contexto, a experiência dos funcionários pode ser decisiva.
Melhora da experiência do cliente

Empresas com uma ótima experiência do funcionário apresentam níveis mais elevados de satisfação dos clientes. A explicação é que colaboradores motivados e felizes são mais inovadores, solícitos e proativos, desempenhando melhor suas tarefas e relacionamentos corporativos.

Mais lucros

O estudo da IBM “O impacto financeiro de uma experiência de funcionário positiva” indica que as organizações que mais investem em employee experience relatam o dobro do retorno de vendas em comparação com empresas que não investem na prática.

De acordo com Patricia Molino, sócia-líder de People & Change da KPMG no Brasil, o conceito de “experiência do funcionário” vem ganhando relevância nas empresas porque os registros emocionais têm efeito muito forte.

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Empresas percebem que há momentos específicos que um erro de processo ou de atendimento – ou até uma omissão – pode trazer um efeito de perda de compromisso e produtividade. Por outro lado, segundo ela, em outros momentos, o mesmo erro pode ter pouco ou nenhum impacto sobre os funcionários.

É isso que empresas pioneiras têm feito: repensado a relação empresa-empregado a partir do referencial racional e emocional do profissional ou das equipes. Elas se perguntam o que cada colaborador espera e como é possível criar uma emoção positiva para ele naquele determinado momento.

Em última análise, a boa experiência do funcionário gera dinheiro. Quando se soma produtividade aprimorada, bom atendimento ao cliente, atração de talento e redução do turnover não é difícil ver como o investimento em employee experience gera retornos sólidos.

Como implementar o employee experience?

Longe vão os dias nos quais as organizações podiam simplesmente oferecer almoços grátis ou comprar novos equipamentos de trabalho e manter, assim, seus colaboradores felizes. Hoje, a experiência dos funcionários vai muito além dos benefícios e de um novo ambiente corporativo. Essa jornada precisa ser observada de forma individual.

Alguns dos processos de que vêm sendo repensados, sob a perspectiva do efeito do employee experience e o que causam no empregado com a preocupação de torná-lo mais positivo, são:

  • Mudanças nos processos de seleção e integração
  • Aplicativos para acesso a informações
  • Pedidos de benefícios
  • Políticas de horário flexível
  • Home office
  •  Período sabático
  • Processos de gestão de performance e carreira
  • Remuneração variável
  • Ações de inclusão e diversidade

Contudo, employee experience não se reduz apenas aos benefícios trabalhistas. Uma pesquisa realizada por Jacob Morgan mostrou que a experiência do funcionário está relacionada a três pilares: cultura, tecnologia e espaço físico.

A tecnologia consiste no uso de ferramentas para criar confiança e engajamento. O espaço físico deve permitir que os funcionários tenham um bom desempenho. Já a cultura visa criar um ambiente onde as pessoas queiram trabalhar.

A seguir, entenda mais e saiba como estimular o employee experience na sua organização:

1. Conheça seu público

O desafio da organização de personalizar sua interação com os colaboradores começa com a segmentação deles, agrupando-os em grupos com base em desejos e necessidades. É nessa fase que já começa a complicação, visto que a maioria das empresas organiza seus funcionários em padrões com cargos, departamentos e unidades de negócios.

Essas informações superficiais não servem para dar o pontapé inicial no trabalho de design da experiência do funcionário. Para isso, é preciso mudar o modo como o colaborador é visto pela organização.

A organização precisa observar o colaborador como um indivíduo, não como um grupo. E isso exige esforço redobrado não só da área de gestão de pessoas, mas também dos líderes da companhia.

2. Ouça os colaboradores

Entenda o que os inspira e motiva e também o que os desmotiva e desencoraja. Coloque-se no lugar dos funcionários e realmente entenda a experiência do dia a dia deles. Uma dica é ouvir o que eles têm a dizer em grupos de discussão e pesquisas (mesmo as anônimas).

3.Mantenha um canal de comunicação aberto

A comunicação ativa é um dos pilares do employee experience. Ela começa por dar e receber feedback, de modo a criar uma conexão constante entre empresa e empregado. Seja explícito ao dizer aos funcionários que sua perspectiva é bem-vinda e incentivada.

4. Apoie o desenvolvimento de seus funcionários

Outra ação de employee experience é mostrar que está comprometido com o treinamento e desenvolvimento dos funcionários, estimulando ou mesmo planejando a carreira de cada indivíduo. Não basta só manter o discurso: forneça recursos e oportunidades que enfatizem isso, como coaching, feedback, palestras, cursos e outros métodos de aprendizagem tangíveis.

5. Capacite líderes e gerentes

Seja o suporte que os gerentes precisam para apoiar suas equipes. Uma maneira de fazer isso é fornecer guias e treinamentos para ajudá-los a engajar seus funcionários de maneira eficaz e saudável.

6. Invista no bem-estar dos funcionários

Funcionários ativos reduzem os custos de saúde e o absenteísmo, o que economiza tempo e dinheiro para a empresa.

O bem-estar dos funcionários não é apenas físico, especialmente após a pandemia de covid-19: programas que incentivam o bem-estar mental, emocional e espiritual criam funcionários descansados, atentos e produtivos no trabalho.

Portanto, empresas devem buscar programas que estimulem a saúde holisticamente, como terapia, palestras sobre qualidade de vida, ginástica laboral, massagem, licença médica remunerada, licença paternidade, convênio com academias e clínicas médicas, lanches saudáveis, entre outras iniciativas.

7. Compartilhe os feedbacks de clientes

Como falamos acima, há uma ligação inegável entre a experiência do funcionário e a do cliente. Muitos funcionários ficam felizes em ajudar os clientes, no entanto poucos recebem feedback deles. Ao compartilhar elogios de clientes com funcionários, há crescimento da confiança e estímulo ao senso de propósito no trabalho.

O feedback do cliente deve ser transmitido para toda a organização, reconhecendo não apenas que a empresa está tendo sucesso, mas também o funcionário.

Ferramentas para melhorar o employee experience

Uma estratégia estruturada, apoiada por soluções e recursos, pode ajudar na gestão do employee experience. Tecnologias que visam esta abordagem estão cada vez mais comuns e incluem pesquisas com funcionários, ferramentas de feedback, aplicativos de colaboração, soluções de gerenciamento de desempenho, chatbot, aplicativos de saúde e bem-estar, intranet e plataformas de treinamento e desenvolvimento.

Além disso, recursos que profissionais de marketing usam para entender a experiência dos clientes também podem ser usados, como o perfil da persona – que engloba as características e motivações dos funcionários – e o mapa da jornada do funcionário – que identifica etapas e possíveis pontos de conflito durante a permanência do profissional na empresa.

Cases de sucesso de employee experience

VAGAS

Na VAGAS, relata a especialista em RH Patrícia Beltran, a experiência começa logo no primeiro contato do candidato. Já a entrevista face to face se torna um bate-papo para que a empresa o conheça melhor e para que o profissional saiba como a companhia funciona. “É uma entrevista mais humana, com perguntas com foco no candidato. Eu já conversei com profissionais assuntos aleatórios, como o futuro do trabalho, que tipo de profissões surgirão, etc”, exemplifica.

Não obstante, ressalta a profissional, é preciso também deixar claro ao candidato qual será o papel dele dentro da empresa. Aqui, vale destacar o escopo de trabalho e os tipos de desafio que a vaga propõe.

Também é importante informar se há espaço para o crescimento de carreira dentro da empresa, caso os objetivos sejam conquistados.

Por fim, ouvir atentamente o candidato sobre todo o seu processo e modificá-lo, a partir desse relato, também é uma vantagem na atração de talentos. A VAGAS, por exemplo, dá feedback para todos os candidatos que se inscreverem às vagas. Além disso, o RH disponibiliza uma pesquisa de satisfação com os profissionais finalistas.

SunTrust

O livro The Future Workplace Experience, de Jeanne Meister, traz à tona o caso da SunTrust. A instituição financeira que descobriu que preocupações financeiras eram a principal causa do estresse no local de trabalho e resolveu desenvolver um programa de bem-estar financeiro para as organizações incorporarem aos benefícios dos funcionários. O programa de employee experience ensina aos colaboradores as melhores práticas financeiras.

As empresas PricewaterhouseCoopers e a Fidelity foram mais longe ao oferecerem benefícios de empréstimo estudantil aos funcionários.

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