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O coronavírus veio para abalar as estruturas corporativas. Antes uma prática adotada apenas nas empresas mais moderninhas, o home office acabou se tornando o padrão em 2020 e deve fazer parte do novo normal.
Modelo imposto pela necessidade de distanciamento social, o trabalho remoto, ao contrário do imaginado inicialmente, não fez a cabeça de todos os funcionários. O home office não conseguiu agradar a gregos e troianos e, passados alguns meses, muitos profissionais têm se queixado da experiência.
Neste artigo, mostraremos os diferentes perfis apresentados pelos profissionais neste sistema de teletrabalho e como os gestores de RH podem atuar para tornar a prática mais prazerosa e produtiva, colaborando para que cada pessoa consiga se adaptar ao home office.
Antes de mais nada, é bom esclarecer a diferença entre teletrabalho e home office. Os dois são praticados fora das dependências da empresa, entretanto, enquanto o primeiro pode ser praticado em um coworking, café ou até mesmo em um parque, o último pode ser realizado apenas em casa. É o que vem acontecendo desde o início da pandemia, quando as empresas solicitaram a seus colaboradores que desenvolvessem suas tarefas em seus lares.
Então, home office é quando o funcionário exerce sua atividade profissional em casa (lembrando que, no Brasil, o trabalho remoto foi regulamento apenas em 2017). Mas, apesar de todas as vantagens oferecidas, a falta do convívio com os colegas aliada à restrição espacial do ambiente de trabalho é uma dor de cabeça para muitos colaboradores.
Diversidade de perfis
Atentos a esta nova condição, o Back to Humans, laboratório nacional de pesquisa e monitoramento de tendências e sentimentos em relação ao trabalho, desenvolveu, em março de 2020, o estudo “Um Home Office no Fim do Túnel”, no qual aponta quatro perfis de profissionais no home office. Variando de acordo com o perfil individual e o contexto estrutural no qual as pessoas estão inseridas, acompanhe as características gerais de cada perfil:
Aqui, temos os aliados do trabalho em casa. Eles entendem, praticam e defendem o home office, abraçando a cultura de que mais importante que o controle é a entrega e a produtividade. Segundo os entusiastas, basta uma reunião semanal de planejamento para alinhar os projetos e as tarefas fluírem de acordo com o esperado.
Estudos explicitam o amor ao home office. A Gallup mostrava que até 2017, 43% dos trabalhadores que exerciam trabalho remoto, pelo menos por alguns dias na semana, apresentavam aumento da produtividade, ao passo que o relatório The 2020 State of Remote Work, da Buffer, indicou que 98% dos trabalhadores remotos entrevistados desejavam continuar trabalhando de casa até o fim de suas carreiras.
Estes profissionais têm a prática, mas preferem trabalhar no escritório, porque não se identificam com a cultura. Eles não gostam ou sabem organizar uma rotina de trabalho em casa ou não são tão responsáveis com horários e entregas.
Interessante notar aqui que 53% das pessoas que não recomendam o trabalho remoto trabalham em empresas ou equipes com modelo híbrido, no qual há uma mistura entre colaboradores em escritórios e em home office.
De acordo com o estudo da Back to Humans, é provável que os funcionários enfrentem problemas com colaboração e desafios culturais ou ainda que a empresa não tenha estrutura nem ofereça suporte suficiente aos trabalhadores remotos.
Neste admirável mundo novo, empresários e empregados ainda estão se adaptando a um estilo de trabalho, no qual, de um lado da balança, está a aposta no aumento da eficiência e, de outro, existe o medo da queda de produtividade.
Aqui é preciso seguir a lógica da autogestão para dar conta da complexidade intrínseca ao lar, que incluem tarefas domésticas e convivência em tempo integral com crianças e pessoas da família. O momento ainda abarca a preocupação com a economia, que vem apresentando índices negativos, e com a saúde própria e dos familiares em meio a uma pandemia.
Apesar das dificuldades, o momento propicia a chance de as empresas oferecerem estruturas melhores e construírem relações mais próximas com os funcionários. Nas companhias onde não há a cultura do home office e predomina a mentalidade do comando e controle, os funcionários tendem a se esforçar para mostrar que estão sempre em ação, o que pode afetar sua atenção às tarefas e, consequentemente, sua produtividade e satisfação com a empresa.
Há ainda quem romantize o home office, com a crença de que haverá uma otimização na comunicação entre os profissionais. A prática, no entanto, pode mostrar o contrário, com o distanciamento prejudicando o entendimento e atrapalhando o andamento dos projetos.
O home office só melhora as interações quando há empenho das empresas no fornecimento de ferramentas eficazes de mensagens, no desenvolvimento de políticas de comunicação e no suporte em caso de mal-entendidos.
Em meio a este cenário diverso e complexo, a presença do RH é essencial. Caberá aos gestores estarem de olho e apoiarem suas equipes remotas. Veja, a seguir, dicas de como tornar o home office mais leve e produtivo.
Com o distanciamento, as interações ganharam uma nova dinâmica. Empresas que não têm uma política clara de comunicação podem confundir os trabalhadores que, muitas vezes, se esforçam mais para mostrar que estão à disposição em tempo integral do que propriamente dedicando-se a suas tarefas e projetos.
Então, deixe claro para colaboradores quais são os prazos e as entregas aos quais eles devem se comprometer, mantendo canais de comunicação sempre abertos. Comunicação e colaboração sempre foram importantíssimas e agora valem mais do que nunca para cada um se adaptar ao home office.
É normal que, com a situação atual, os funcionários se sintam um pouco deslocados e abatidos. Mas este quadro não pode persistir por muito tempo. As empresas devem acompanhar o estado de saúde de seus times e enfatizar que distanciamento não significa abandono.
O ideal é que o RH se mantenha próximo dos profissionais, mantendo os laços e reforçando o senso de pertencimento à empresa, além de disponibilizar um canal de comunicação para suporte emocional. Incentive cuidados com a saúde mental e encaminhe, quando for necessário, os profissionais para especialistas da área da saúde.
Os funcionários foram trabalhar em casa e, com eles, seguiram muitas informações sensíveis sobre a empresa e os clientes atendidos. É preciso atenção máxima com relação à proteção do banco de dados. Oriente os profissionais sobre os protocolos de segurança e mantenha sua equipe de TI sempre ao lado para evitar maiores problemas. Tratamos mais a fundo esse assunto no artigo “Cibersegurança: por que o RH deve se envolver mais no tema”.
Mais liberdade requer mais responsabilidade, certo? Para que os processos transcorram com tranquilidade e cada profissional exerça seu papel, é preciso acompanhamento próximo dos gestores. Por isso, é importante que o RH ofereça treinamento para líderes das equipes remotas.
Afinal, é fundamental que times dialoguem com facilidade e confiança, planejando a agenda, organizando metas e prazos e cumprindo as entregas. O gestor precisa estar atento ao perfil de cada subordinado, dando o suporte necessário, já que enquanto uns precisam de mais orientação, outros gostam de mais autonomia. Ouça sempre o que os funcionários têm a dizer e estabeleça os limites necessários.
Manter a motivação das equipes em alta é essencial para que cada um consiga se adaptar ao home office. Pesquisas já comprovaram que dar feedbacks aos colaboradores é uma ferramenta simples e efetiva para acolhê-los e levantar seu moral.
Não espere que eles procurem o RH e façam perguntas sobre o desempenho. De tempos em tempos, forneça informações sobre a performance deles e parabenize sempre que um projeto bem-sucedido for finalizado.
Crises exigem planejamento. Sendo assim, desenvolva uma estratégia para lidar e superar a turbulência atual, colocando seus funcionários como prioridade. De acordo com um estudo realizado pela Deloitte batizado de “How to reduce the pandemic impact on employees: A guide for company leaders”, ou “Como reduzir o impacto da pandemia sobre os empregados: Um guia para os gestores de empresas”, em tradução livre para o português, as companhias deveriam desenvolver processos de gestão efetivos prevendo diversos cenários para o mundo pós-pandemia.
A recomendação é que as empresas analisem suas prioridades e foquem os esforços de seus times nas tarefas mais importantes. E tão importante quanto criar um plano é comunicá-lo com transparência para os empregados. A forma como os líderes se comportam durante momentos críticos deixa marcas duradouras em suas empresas e em seus funcionários. Portanto, um plano consistente aliado a uma comunicação efetiva pode estreitar os laços dos funcionários com a empresa e fortalecer a cultura corporativa.
O distanciamento prolongado pode afetar os laços entre funcionários e empresa. Não deixe que isso ocorra, mantendo espaços virtuais de interação.
Que tal criar um grupo no WhatsApp para enviar recados e avisar sobre os aniversariantes do dia ou abrir um chat para um café ou happy hour digital? Incentive os profissionais a conversarem entre si e darem um respiro entre as tarefas. Isso ajudará cada um a se adaptar ao home office e deixará o clima mais leve também.
Quer saber ainda mais sobre como otimizar o trabalho de suas equipes durante o home office? Que tal, então, acompanhar um artigo sobre comunicação efetiva no home office?
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