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No dia 10 de novembro aconteceu a primeira edição do Festival Teal Brasil, com o objetivo de trazer histórias de empresas brasileiras que estão se destacando por meio de culturas centradas no propósito, da descentralização do poder e da criação de relações mais profundas e genuínas.
O dia foi repleto de conteúdo e trouxe visão de empresas como Slack, Mercur, Renner, Roche, Corall Consultoria, SICREDI, Natura e da VAGAS. No evento, o Mário Kaphan, sócio fundador da VAGAS.com, apresentou uma palestra com o tema “VAGAS: os pioneiros do Brasil – 22 anos de aprendizados de um modelo radicalmente horizontal”.
Inspirações
Mário iniciou o bate-papo trazendo uma visão sobre a liberdade que a VAGAS tem de inventar e criar caminhos para viver coisas que façam sentido e tenham significado, tendo uma enorme aceitação para convivência com a imperfeição, sempre focando no aprendizado contínuo e gerando no modelo horizontal uma constante evolução.
Ele trouxe também uma palavra que traduz a vivência do modelo de gestão horizontal falada na língua nacional do Quênia, swahili: harambee.
A palavra faz uma alusão ao trabalho em equipe e à valorização da comunidade antes do indivíduo. E é assim que funciona na empresa, que é um lugar onde todos têm autonomia e liberdade para a realização de um propósito comum, mas todos têm tudo a ver com isso.
A VAGAS vive muito em função de uma utopia, para que ela caminhe no horizonte que vale a pena ser perseguido, com consistência em seus propósitos e algo que seja sempre construído na interação com o mundo e com outras pessoas. Um mundo onde os indivíduos façam escolhas.
Tomada de decisão
Ao longo de todos esses anos de horizontalidade consciente, a empresa criou e testou várias metodologias e estruturas internas de trabalho para fazer uma gestão cada vez mais eficiente. Em 2018, o processo de decisão, por exemplo, passou a se apoiar em GACCs, que são Grupos Adequados para a Criação de Consenso. Considerando que todas as decisões devem ter o propósito institucional como pano de fundo e que objetivos estratégicos e desempenho financeiro são compartilhados internamente com transparência, no dia a dia cada um vai tomando suas pequenas decisões, com liberdade e autonomia.
Decisões mais complexas devem envolver outras pessoas na discussão e a escolha dessas pessoas deve garantir a formação do menor e melhor grupo para discutir o assunto. Toda grande decisão precisa ganhar visibilidade para todos. Desta forma, qualquer pessoa que não concorde em seguir aquele caminho pode abrir um questionamento, chamado internamente de controvérsia, e quando isso ocorre, a decisão pode voltar para a fase de discussão.
Orquestração
Outra iniciativa recente compartilhada foi a criação do papel de pessoa orquestradora, que pode ser concentrado em indivíduo, em um grupo ou pode ser diluído entre algumas pessoas de forma dinâmica. Quem preenche esse papel é responsável por ter uma visão mais ampla da atuação do engajar com a decisão, ainda que não estejam cem por cento de acordo com ela. “O importante nas nossas decisões é que ninguém discorde – e não que os 150 concordem”, explica Mário. A crença nessa regra simples torna possível que até uma decisão individual seja um consenso de toda a empresa. Todo mundo tem visibilidade e voz porque todo mundo tem tudo a ver com tudo. “Buscamos a discussão porque é nela que os valores afloram e que a ética se constrói, mas acomodamos com tranquilidade os consentimentos”, afirma Mário. A VAGAS sempre teve a coragem de fazer somente o que fizesse realmente sentido. Isso não significa que ignorássemos as referências. Muito pelo contrário, todas elas eram relevantes, mas tivemos a tranquilidade de inventar nosso próprio caminho, que às vezes se desgarrava daquilo que os manuais recomendavam para construir uma empresa.” Mário Kaphan.
Quer saber mais como funciona o modelo de gestão horizontal da VAGAS. Confira o nosso case!