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As dinâmicas de poder no ambiente de trabalho estão mudando rapidamente, e as empresas brasileiras precisam estar atentas para não ficarem para trás. Um recente relatório da Korn Ferry, intitulado “Workforce 2025“, revela tendências globais e locais que estão redefinindo as expectativas dos profissionais e os desafios para a gestão de pessoas. Para os profissionais de RH no Brasil, o estudo aponta caminhos e particularidades que merecem atenção especial, desde a adoção de novas tecnologias até a flexibilização dos modelos de trabalho.
Um dos destaques do relatório para o Brasil é o notável otimismo em relação à Inteligência Artificial (IA). Enquanto nações como Japão (43%), França (49%) e Alemanha (54%) mostram-se mais reticentes, o Brasil surge como uma das forças de trabalho mais preparadas para a IA. Nada menos que 80% dos profissionais brasileiros acreditam que a IA terá um impacto positivo em suas funções. Esse entusiasmo posiciona o país como um líder emergente na nova ordem mundial da IA.
Esse otimismo não é infundado. O estudo correlaciona diretamente a prontidão para a IA com o investimento em capacitação. Mais de 75% dos trabalhadores no Brasil (e na Índia) afirmam ter recebido um sólido treinamento em IA. Em contraste, funcionários nos EUA, Europa e Japão sentem que a formação oferecida é insuficiente. Para o RH, isso significa que investir no desenvolvimento de habilidades em IA não apenas prepara a equipe para o futuro, mas também aumenta significativamente a aceitação e o engajamento com a tecnologia.
Outro ponto crucial para a realidade brasileira é a preferência por modelos de trabalho flexíveis. O relatório aponta um grande desalinhamento entre o modelo atual e o desejado: enquanto 56,9% dos brasileiros trabalham em tempo integral no escritório, apenas 12,1% preferem essa modalidade. A grande maioria anseia por um formato híbrido (55,4%) ou totalmente remoto (27,6%). Ignorar essa preferência pode ser um erro custoso na atração e retenção de talentos.
Globalmente, a questão da remuneração continua sendo um fator decisivo. O tema “salário e remuneração” lidera como a principal prioridade na escolha de um novo emprego. A preocupação com o custo de vida superando os salários é uma realidade para 70% dos profissionais entrevistados globalmente. No entanto, o relatório ressalta que segurança no emprego, um trabalho recompensador e flexibilidade são ferramentas poderosas para atrair talentos, mesmo quando não é possível competir diretamente nos salários.
A pesquisa também lança um alerta sobre a “crise dos gerentes”. Com 41% dos funcionários relatando cortes nas camadas de gestão, muitos se sentem sem direção. Um gestor de confiança é um pilar para a retenção; 80% dos trabalhadores afirmam que permaneceriam em um emprego por terem um chefe em quem confiam. Para as empresas que enxugaram suas estruturas, o risco de queda na produtividade e aumento da rotatividade é iminente.
As diferenças geracionais também se mostram um desafio crescente. Enquanto 45% dos Baby Boomers não veem problemas no trabalho intergeracional, apenas 17% da Geração Z compartilham dessa visão otimista. Os mais jovens apontam para lacunas significativas nas habilidades tecnológicas dos colegas mais velhos (40%) e demandam mais treinamento em comunicação e trabalho em equipe (49%). Por outro lado, quase metade dos Baby Boomers se sente excluída de oportunidades de qualificação.
Para os profissionais de RH no Brasil, os dados do relatório “Workforce 2025” são um chamado à ação. É fundamental capitalizar o otimismo local com a IA, transformando-o em vantagem competitiva através de treinamento contínuo. Além disso, é preciso repensar as políticas de trabalho, alinhando-as ao desejo por flexibilidade, sem perder de vista a importância de uma remuneração justa e de uma liderança presente e confiável. Criar pontes entre as diferentes gerações, com foco em valores e objetivos compartilhados, será essencial para construir uma força de trabalho coesa e preparada para o futuro
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