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Você sabia que a primeira parada do Orgulho Gay aconteceu em 1997 com o tema: “Somos muitos, estamos em várias profissões”? Isso gera a grande reflexão de como era a contratação de profissionais naquela época, o que mudou até hoje e o que ainda pode mudar.
Há mais de 20 anos, sempre explorando temas relevantes, o evento se tornou o segundo maior do País. A temática da 23 edição falou sobre “50 anos de Stonewall”, que foi um movimento pioneiro nos EUA de luta e visibilidade para a comunidade LGBT+ no mundo. E é assim que a comunidade vem conquistando cada vez mais o seu espaço e seus direitos em diversos âmbitos, inclusive no mercado de trabalho.
No primeiro artigo, pudemos contar sobre as barreiras que ainda existem dentro das empresas que faz com que as pessoas não se sintam confortáveis para serem transparentes em relação às suas orientações sexuais e identidades de gênero. Agora, vamos falar sobre leis e o impacto que esperamos que elas gerem em processos seletivos e na hora de entrevistar profissionais para trabalharem nas empresas.
Sobre a lei
O Supremo Tribunal Federal aprovou a lei que transforma a homofobia e a transfobia em crime. A decisão da corte considera alguns pontos como: “praticar, induzir ou incitar a discriminação e o preconceito” em razão da orientação sexual ou identidade de gênero da pessoa será considerado crime, podendo chegar de um a três anos de cadeia, além da multa que deverá ser cobrada.
Se houver divulgação ampla de preconceito nas redes sociais, essa pena irá de dois a cinco anos de cadeia, também com multa aplicada. É importante ressaltar que esses termos serão aplicados na Lei do Racismo, até o Congresso Nacional aprovar uma lei sobre o tema.
Na aprovação pelo STF, não foram atendidos 100% dos desejos da comunidade, já que declarações contra relações homossexuais feitas dentro de templos religiosos, por exemplo, não serão consideradas criminosas.
Mas ainda que não 100% do jeito que almejam, essas penalizações para pessoas preconceituosas já vão gerar um grande impacto na sociedade em geral. Tomar cuidado com falas repletas de preconceito, discriminação e até algo que possa ferir o orgulho LGBT vai despertar uma atenção maior para que situações assim não aconteçam em processos seletivos.
Sabemos que há uma evolução imensa por parte das empresas, muitas já até possuem programas focados em inclusão e ações afirmativas, mas para as que não tomam um mínimo de cuidado e não possuem criticidade durante a condução dos seus processos e de toda a jornada desses profissionais após contratação. Muito cuidado! Mude a sua cabeça ou sofra as consequências.
Apoio na inclusão de LGBTS nas empresas
A discriminação existe e muitas vezes há a necessidade do apoio de consultorias para entender mais a fundo o que se passa e até mesmo como podem ajudar na inclusão desses profissionais no mercado de trabalho.
Uma pesquisa realizada em 2017 pela empresa de consultoria norte-americana, OutNow, especializada no segmento LGBT, apontou que 65% dos gays já presenciaram homofobia no mercado de trabalho e 50% já sofreram assédio verbal. Além disso, um estudo feito pela Center for Talent Innovation conta que 61% dos funcionários LGBT no Brasil dizem esconder sua sexualidade para colegas e gestores. Tudo isso apesar de 75% das empresas já terem políticas que proíbem a discriminação por identidade de gênero e orientação sexual.
Com o cenário retratado acima, está claro que ainda há a necessidade tanto de um empurrão dado pela lei para evitar comentários discriminatórios dentro de empresas e na vida em geral dessas pessoas, mas há também a necessidade de recrutadores e recrutadoras inserirem em seu planejamento a importância de olhar para esses aspectos, seja através de políticas internas que favoreçam a contratação desses profissionais ou até mesmo criando comitês de diversidade dentro da empresa, com pessoas de diversos times, que passem a olhar para essas e outras questões de diversidade. Tanto na hora de contratar profissionais, quanto na hora de retê-los na empresa.
Case VAGAS.com
A VAGAS, por exemplo, é uma empresa diversa, que tenta reduzir cada vez mais seus vieses inconscientes durante suas contratações e que quer aprender mais e mais sobre diversidade. Por isso, criou um Comitê de Diversidade multidisciplinar, para olhar para questões sobre o assunto e também para disseminar esse conhecimento e aprendizados com os demais colaboradores da empresa. Não há tolerância para o preconceito em um lugar que trabalha para mais de 3000 empresas e mais de 18 milhões de profissionais.
Mas é claro, há muito o que ainda temos que evoluir e aprender, e a criação desse comitê foi um primeiro passo para isso. E como forma de disseminar o conhecimento, há um espaço para discussões e compartilhamento de informações chamado Trocando Ideias, que permite que pessoas façam palestras sobre diversos temas, e atualmente tem sido muito aproveitado para falarmos sobre questões de preconceito racial, já levamos índios para contarem sobre a situação que vivem atualmente no País e no início da semana pudemos acompanhar a palestra do Renan e do Ed, que trabalham na área de Implantação e Treinamento da VAGAS e compartilharam o conhecimento sobre o assunto de LGBTs, com o tema: “LGBT+: há 50 anos saindo do armário”. Bacana, não é mesmo?
Tão interessante que no artigo número 3 vamos compartilhar com você os aprendizados e a visão deles em um bate-papo sobre o assunto.